Bancos antecipam subida da procura de crédito pelas famílias

Inquérito sobre o mercado de crédito prevê a subida da procura pelas famílias no último trimestre do ano, enquanto nas empresas se deve manter. Os critérios de concessão não se devem alterar.

Apesar de não esperarem grandes alterações nos critérios para a sua disponibilização, os bancos antecipam um ligeiro aumento da procura de crédito por parte dos particulares no último trimestre do ano. Esta é uma das principais conclusões do inquérito trimestral aos bancos sobre o mercado de crédito divulgado esta terça-feira pelo Banco de Portugal. No caso das empresas, a expectativa é de que tudo se mantenha, mais ou menos na mesma, no que respeita à procura e aos critérios.

No segmento dos particulares, a entidade liderada por Carlos Costa diz que “três dos cinco bancos inquiridos anteveem, para os últimos três meses do ano, um ligeiro aumento da procura de empréstimos em ambos os segmentos de crédito [habitação e consumo], enquanto os restantes esperam que a mesma permaneça praticamente inalterada”. “A maioria das instituições participantes não antecipa alterações na procura de empréstimos por parte de empresas. Apenas uma instituição antevê um ligeiro aumento da mesma”, acrescenta o Banco de Portugal relativamente ao segmento das empresas.

Contudo, as respostas pelo Banco de Portugal apontam para que neste último trimestre, “as instituições inquiridas não antecipam alterações nos critérios de concessão de crédito a empresas e particulares”.

Os resultados do inquérito dão seguimento à tendência que se tem observado ao longo dos últimos tempos, que tem sido marcada pela subida da concessão do crédito aos particulares ao mesmo tempo em que no que respeita às empresas o recurso ao financiamento bancário resiste em descolar. Os mais recentes dados sobre a concessão de empréstimos indicam que, em agosto, o peso das famílias no novo crédito disponibilizado pelos bancos nacionais atingiu o patamar mais elevada em mais de 11 anos.

De acordo com os dados disponibilizados pela entidade liderada por Carlos Costa, as instituições financeiras concederam um total de 1.205 milhões de euros em novo crédito às famílias, em agosto. Este valor corresponde a 37,1% face ao total de 3.250 milhões de euros dos novos empréstimos concedidos às famílias e empresas. Trata-se da proporção mais elevada desde maio de 2006, mês em que o crédito às famílias representou 39% do total de empréstimos disponibilizados.

Num balanço relativamente ao terceiro trimestre deste ano, o inquérito do Banco de Portugal explica que enquanto a procura de crédito por parte das empresas ficou “praticamente inalterada”, no caso das famílias duas instituições financeiras “reportaram um ligeiro aumento da procura” na finalidade de habitação, enquanto um banco sinalizou “uma evolução semelhante no segmento de crédito ao consumo e outros fins”. A melhoria da confiança dos consumidores é apontada no estudo como um dos fatores que ajudam a suportar o crescimento da procura de crédito à habitação, com dois bancos a referirem “o baixo nível das taxas de juro” como outra realidade que suporta essa evolução, enquanto apenas uma das instituições referiu a “expectativa de evolução mais favorável do mercado de habitação“.

Em termos de critérios considerados para a atribuição de crédito, o inquérito do Banco de Portugal concluiu que “a pressão exercida pela concorrência contribuiu para a adoção de critérios de concessão ligeiramente menos restritivos” na concessão aos particulares. Já no caso das empresas, uma instituição reportou uma ligeira diminuição dos spreads em empréstimos de risco médio, designadamente no segmento das PME.

(Notícia atualizada às 13h25 com mais informação)

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