Fundo soberano norueguês “forçado” a investir em ações

  • Ana Luísa Alves
  • 18 Outubro 2016

Relatório do governo norueguês diz que 70% dos ativos devia estar investido em ações.

Os 880 mil milhões de coroas norueguesas (97,5 mil milhões de euros) do maior fundo soberano do mundo, o norueguês, deviam estar investidos em ações, assumindo mais riscos. A conclusão é do relatório do governo da Noruega, publicado esta terça-feira. O documento recomenda que o fundo soberano norueguês invista 70% dos seus ativos em ações, mais 10 pontos percentuais do que o investimento atual, de 60%.

“Um aumento no investimento em ações aumenta o retorno expectável, mas também confere a essas mesmas ações mais volatilidade e aumenta o risco de declínio do valor das ações a longo prazo. O consenso é de que este risco é “aceitável”, segundo é dito no comunicado desta terça-feira.

O investimento do dinheiro do fundo soberano em ações já tinha aumentado em 2007 de 40 pontos percentuais para 60%, valor que se mantém até aos dias de hoje. A ação prevista agora pode ter um grande impacto nos mercados globais, uma vez que o fundo norueguês detém 1,3% de cada empresa em bolsa no mundo e 2,5% das que estão em bolsas europeias.

Segundo o Financial Times, o governo norueguês vai ainda avaliar as recomendações antes de tomar uma posição sobre o assunto. Um sinal de que esta sugestão não é unânime é o facto de Knut Mork, que estava à frente do relatório publicado esta terça-feira, ter votado a favor da redução da exposição acionista para 50%.

Todos os anos, o governo tem permissão para tirar até 4% do valor do fundo para o orçamento anual. Mas este ano já usou aproximadamente 3%, e há especialistas que recomendam que não chegue aos 4%, devido à queda no retorno que se tem verificado nos últimos anos.

O relatório, escrito por um conjunto de economistas, académicos e ex-ministros das Finanças, estima que a taxa de retorno do fundo soberano seja de 2,3% nos próximos 30 anos.

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