General Electric anuncia vasto plano de reestruturação e milhares de despedimentos
Conglomerado General Electric anunciou vasto plano de reestruturação para se recentrar em três atividades (aeronáutica, saúde e energia), que implica milhares de despedimentos para reduzir custos.
Este fabricante de motores de avião e turbinas, cuja capitalização bolsista baixou mais de 100 mil milhões de dólares desde janeiro (86 mil milhões de euros), vai ceder atividades nos transportes e nos serviços de eletricidade, no quadro de um plano de alienação de ativos no montante de 20 mil milhões de dólares.
A GE vai também desfazer-se do grupo de serviços petrolíferos norte-americano Baker Hughes, do qual detém 63%, mas não vai poder fazê-lo antes de 2019, segundo um acordo concluído quando o comprou em 2016.
Estas alienações vão ser acompanhadas da eliminação de milhares de empregos, mas a GE ainda não quantificou nem localizou estas eliminações.
Uma exceção foi o ramo GE Power, que inclui a francesa Alstom, sobre o qual foi avançado que vai sofrer uma refundação para se reorientar nos mercados de energia e adaptar-se às suas mutações.
A GE espera que dentro de dois esta divisão, que fabrica turbinas a gás e a vapor e outros geradores, esteja recuperada com a aplicação de um plano de poupanças de mil milhões de dólares em 2018.
“A Alstom ficou aquém das expectativas”,declarou hoje aos investidores, em Nova Iorque, o novo presidente executivo, John Flannery, que está no cargo desde 1 de agosto.
A GE prevê despedir 25% dos seus 24 mil assalariados que trabalham na investigação, na área digital e na sede, indicou a nova diretora financeira, Jamie Miller. O conselho de administração vai passar de 18 para 12 membros a partir de abril de 2018.
A remuneração dos dirigentes vai passar a ser ligada ao desempenho da empresa e da cotação da ação.
Como sinal da gravidade da situação, a GE reduz em metade o dividendo trimestral, o que é uma novidade desde 2009.
Os acionistas resignaram-se à redução do dividendo, depois de a GE ter anunciado em meados de outubro que só tinha sete mil milhões de dólares em tesouraria, quando tinha prometido redistribuir oito mil milhões de dólares.
Em Wall Street, a ação estava a cair mais de 6,0% a meio da sessão. Alguns analistas já preveem a divisão do conglomerado em várias empresas, para proteger as atividades mais lucrativas.
John Flannery tem a pesada e difícil tarefa de relançar este conglomerado que está em dificuldades, depois de ter falhado a antecipação das alterações estruturais nos mercados energético e petrolífero.
Flannery já criticou o seu antecessor, Jeff Immelt, por não ter antecipado a baixa da procura dos equipamentos e tecnologias ligados à energia e ao petróleo e gás, depois da queda das cotações do petróleo.
A viragem anunciada hoje dá a prioridade às três principais divisões do grupo.
A aeronáutica, a saúde (equipamentos médicos e serviços) e a energia, que empregavam 156 mil pessoas no final de 2016, representaram 58% do volume de negócios de 123,7 mil milhões de dólares nesse ano.
Nos últimos anos, a GE alienou os estúdios Universal, a cadeia de televisão NBC, os ativos financeiros e a divisão de eletrodomésticos, entre outros, e já indicou que estas alienações vão continuar.
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