Mil empresas retiraram a sede fiscal da Catalunha
Foram quase 2.500 as empresas que transferiram as suas sedes para fora de território catalão e quase mil as que mudaram os seus domicílios fiscais. 60 a 80 empresas por dia abandonam a Catalunha.
Recorda-se das quase 2.500 empresas sediadas na Catalunha que mudaram as suas sedes para fora do território catalão? Pressionadas pelas tensões políticas devido ao referendo independentista, decidiram abandonar a região. Muitas não mudaram apenas a sede. Também os domicílios fiscais foram relocalizados.
A notícia foi avançada pelo El País (acesso livre, conteúdo em inglês), que confirmou junto da Autoridade Tributária espanhola que mais de mil empresas alteraram os seus domicílios fiscais, para além de se terem mudado fisicamente para fora da Catalunha. Estes dados são referentes ao final de outubro e inícios de novembro e, ainda que não tenham um impacto imediato na economia catalã, vêm comprovar que é uma decisão definitiva, contrariamente ao que o Governo Regional da Catalunha afirmava.
De acordo com as mesmas fontes, as vendas declaradas pelas empresas domiciliadas em território catalão sofreram quedas de quase três pontos percentuais durante as duas últimas semanas de outubro, em relação às primeiras duas. O peso médio diário dessas vendas para a economia espanhola caiu de 22,4% nos primeiros quinze dias, para 19,6% nos últimos.
As maiores quebras nas vendas registaram-se principalmente em setores como a energia, água e construção — até 20 pontos percentuais. Nos setores financeiros e de seguros observaram-se descidas de cerca de quatro pontos percentuais.
Até ao momento foram 2.471 as empresas que transferiram a sua sede para fora da Catalunha, de acordo com os dados fornecidos pelo Colégio dos Registradores de Espanha, a 13 de novembro. Só nesta segunda-feira, 30 empresas abandonaram a Catalunha, um número inferior ao registado na semana passada, em que houve entre 60 a 80 empresas por dia a abandonarem o território catalão.
À partida, estima-se que este êxodo empresarial não tenha um impacto negativo na taxa de desemprego, nos negócios ou nos impostos cobrados pelo Governo catalão. No entanto, a mudança da sede fiscal implica a mudança da localização das empresas, o que, segundo os especialistas, leva a uma quebra de investimentos na Catalunha.
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