Trabalhadores pedem reunião urgente a novo presidente da Altice
Estruturas representativas dos trabalhadores da PT/Meo solicitaram esta segunda-feira uma reunião ao novo presidente-executivo da Altice devido ao “contexto muito preocupante” da empresa.
As estruturas representativas dos trabalhadores da PT/Meo solicitaram hoje uma “reunião urgente” ao novo presidente executivo da multinacional francesa de telecomunicações Altice, Dexter Goei, devido ao “contexto muito preocupante” da empresa adquirida pelo grupo.
Numa missiva endereçada a Dexter Goei, os sete sindicatos que representam os funcionários e a comissão de trabalhadores sublinham que “a gestão à base do corte de custos marca a gestão da Altice nos países onde opera e está na base de muitos dos problemas surgidos em Portugal com os trabalhadores e as suas organizações, o que tem contribuído decisivamente para a desmotivação profissional, para a diminuição da qualidade de serviço prestada aos clientes e para a perda para a concorrência”.
Falando num “contexto muito preocupante”, estas estruturas exigem conhecer, de forma “célere e inequívoca”, o “projeto futuro do grupo e os impactos que […] terá em Portugal, tanto para a empresa como para os seus trabalhadores”.
“Certos que o CEO [presidente executivo] da Altice compreenderá perfeitamente as preocupações dos trabalhadores e dos seus representantes, aguardamos a marcação da reunião com a maior brevidade possível”, acrescentam.
As estruturas representativas dos trabalhadores falam ainda num “clima de conflitualidade existente na PT Portugal”, que está relacionado com a “forma como tem vindo a ser conduzida a gestão organizativa e dos recursos humanos”, e que deu origem a diversos protestos nos últimos meses.
Hoje, a Altice indicou, em comunicado, que afasta a preparação de um eventual aumento de capital e confirma os seus planos de desalavancar o balanço, reiterando que não irá procurar “novas oportunidades de fusões e aquisições significativas”.
O fundador e principal acionista da Altice, Patrick Drahi, assumiu no início deste mês a presidência do Conselho de Administração, depois de o grupo ter anunciado a reorganização da administração juntamente com a demissão de Michel Combes, que era presidente executivo da Altice Holanda, diretor da Altice Holanda, diretor da Altice Estados Unidos e presidente do Conselho de Administração e presidente executivo do grupo de telecomunicações, televisão e rádio francês (SFR).
A sede da Altice é na Holanda, mas a relação com os investidores ocorre a partir da Suíça.
As ações do grupo têm estado a registar perdas porque os investidores estão preocupados com os resultados publicados em 02 de novembro último, segundo os quais as receitas caíram 1,8% no terceiro trimestre face ao mesmo período de 2016.
A liquidez disponível da Altice situou-se em finais de setembro em 5.100 milhões de euros, enquanto a dívida total consolidada do grupo ascendia a 49.557 milhões de euros, mais 361 milhões do que no final do segundo trimestre, principalmente devido ao montante pago para adquirir ações do SFR, segundo consta da apresentação de resultados.
A Altice opera em dez territórios, desde Nova Iorque a Paris (SFR, BFM TV, Libération), Telavive (HOT), Lisboa (MEO), Santo Domingo (Altice Hispaniola), Genebra, Amesterdão e Dallas, e nos últimos anos multiplicou as suas aquisições.
Nos Estados Unidos adquiriu os operadores de cabo Suddenlink e Cablevision, segundo o diário suíço Le Temps.
A instabilidade da cúpula do grupo vem de longe, tendo em conta que em setembro último também abandonou o cargo de presidente do SRF, Michel Paulin.
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