Miguel Poiares Maduro: “remuneração dos participantes no focus group é o que menos importa”

  • Rita Frade
  • 27 Novembro 2017

O ex-ministro diz, no Facebook, que "a questão da remuneração dos participantes no focus group de 'avaliação' do governo é um caso típico em que se discute o que menos importa".

O ex-ministro Adjunto do Desenvolvimento Regional do anterior Governo PSD/CDS, Miguel Poiares Maduro, deixou uma mensagem no Facebook sobre a polémica que tem marcado a atualidade: o facto de os 50 cidadãos que participaram no Conselho de Ministros extraordinário em Aveiro terem recebido uma remuneração por parte do Governo.

O ex-ministro diz que “a questão da remuneração dos participantes no focus group de ‘avaliação’ do Governo é um caso típico em que se discute o que menos importa em vez do que realmente nos devia preocupar” e explica porquê.

Na mensagem, Miguel Poiares Maduro começa por dizer que apesar de não duvidar da seriedade de Marina Costa Lobo (investigadora no Instituto de Ciências Sociais, na Universidade de Lisboa) e Carlos Jalali (professor da Universidade de Aveiro, responsável pelo estudo), acha “um erro o seu envolvimento nestas iniciativas do governo”.

"A questão da remuneração dos participantes no focus group de ‘avaliação’ do Governo é um caso típico em que se discute o que menos importa em vez do que realmente nos devia preocupar.”

Miguel Poiares Maduro

Ex-ministro Adjunto do Desenvolvimento Regional

De seguida, enumera os reais problemas da realização destes focus group, como o facto de achar ” legitimo que o Partido Socialista o faça mas não que o Governo use fundos públicos para esse fim (político – e partidário – e não de políticas públicas)”.

A investigadora do Instituto de Ciências Sociais, da Universidade de Lisboa, Marina Costa Lobo, também deixou uma mensagem aos seus seguidores no Facebook, explicando como se processa a escolha dos cidadãos para este tipo de encontros e dizendo que “trazer para o local do encontro 50 pessoas tem um preço“. Marina Costa Lobo acrescenta, ainda, que “esse custo não invalida o exercício que, ainda hoje, creio, trouxe questões importantes“.

O deputado do PS, Joao Galamba, partilha no seu perfil de Facebook a mensagem de Marina Costa Lobo, dizendo que “isto não devia requerer qualquer explicação, mas a histeria que para aí vai torna necessário este tipo de esclarecimento“:

É importante relembrar que este Conselho de Ministros extraordinário em Aveiro estava inserido nas comemorações dos dois anos de atividade do atual Governo, no qual participaram 50 cidadãos, encarregues de colocar questões aos membros do Executivo de António Costa.

Nas vésperas do encontro, o jornal Sol avançou que o Governo gastou um total de 36.750 euros para recrutar estes cidadãos, sendo que cada participante irá receber 200 euros, a que se juntam ainda despesas de transporte e de alimentação.

As reações foram imediatas. O ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, disse, sábado, que as perguntas e os participantes na sessão deste domingo eram da responsabilidade da Universidade de Aveiro, rejeitando que existissem pessoas contratadas.

O PSD falou em “encenação” e a líder do CDS, Assunção Cristas, afirmou que “se o governo tivesse um pingo de vergonha cancelaria a sessão”.

O PCP, num curto comunicado citado pela Lusa, considerou que a realização de estudos de avaliação da ação do Governo deve ter “como preocupação e prioridade” a resposta aos problemas da população e do país, sendo “criticável a sua transformação em atos de promoção pública”.

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