Empregos no setor tecnológico em Portugal crescem acima da média europeia
Na lista dos 10 países com maior crescimento de trabalhadores no setor tecnológico, Portugal ocupa a 10ª posição. Lisboa surge em 8º lugar no ranking das cidades preferidas pelos empreendedores.
Os empregos no setor tecnológico em Portugal cresceram 2,7% em 2017 face ao ano anterior, mais do que na Europa (subida de 2,6%), segundo um estudo que coloca o país no ‘top 10’ europeu neste indicador.
De acordo com o Atomico State of European Tech Report 2017, que compila vários dados do setor a nível europeu, Portugal fica em 10.º lugar na lista dos 10 países com maior crescimento de trabalhadores em tecnologia. A lista é liderada pela Irlanda, país ao qual se seguem Holanda, Alemanha, Suíça, França, República Checa, Reino Unido, Áustria e Noruega.
“A indústria tecnológica na Europa está a criar empregos mais rápido do que os outros setores”, assinala o relatório. Falando num crescimento de 2,6% em 2017 no setor tecnológico (no ano anterior a subida foi de 2,1%), o documento nota que esta variação foi três vezes superior à média europeia que abrange todos os setores da economia. Aí, o crescimento médio foi de 0,8% este ano, segundo o mais recente relatório da Comissão Europeia sobre o emprego.
No que toca ao investimento, os montantes aplicados em tecnologia na Europa este ano vão “confortavelmente exceder os níveis recorde de 2016”, segundo o Atomico State of European Tech Report 2017, que aponta um total de 19,1 mil milhões de dólares (16,07 mil milhões de euros) este ano em 3.449 negócios. Destacaram-se as áreas das finanças, comida, transportes e saúde. Em 2016, o investimento total foi de 14,4 mil milhões de dólares (12,11 mil milhões de euros), em 3.720 negócios.
Contudo, o relatório assinala que “ainda há uma enorme margem para progredir”, nomeadamente face a economias como a dos Estados Unidos ou de Israel. No topo da lista de países europeus com maior potencial de progressão está a Suécia, onde o capital investido ronda os 123 dólares (103,47 euros) ‘per capita’ este ano. Portugal também faz parte desta lista, em 13.º lugar, com um investimento de quatro dólares (3,36 euros) ‘per capita’ em 2017, ficando à frente de Itália, Rússia e Turquia.
Dos Estados da União Europeia que receberam mais investimentos no setor tecnológico este ano, o Reino Unido lidera, seguido pela Alemanha e por França. Portugal encontra-se em 22.º lugar, seguido de países como Chipre, Croácia, Roménia, Ucrânia, Grécia, República Checa e Hungria.
O Atomico State of European Tech Report 2017 dá ainda conta de que, “apesar das preocupações com o ‘Brexit’ [saída do Reino Unido da União Europeia], Londres é a cidade preferida” pelos empresários europeus para instalar ‘startups’, isto é, empresas com potencial de crescimento rápido. Do ‘top 10’ de cidades favoritas fazem também parte Berlim, Barcelona, Paris, Amesterdão, Dublin e Estocolmo. Lisboa surge em oitavo lugar, seguida de Munique e Milão.
No relatório, a capital portuguesa destaca-se noutras áreas, como a da inteligência artificial, uma vez que a Universidade de Lisboa consta do ‘top 100’ (em 99.º lugar) de instituições com mais estudos sobre a matéria.
O documento elenca ainda, como desafios futuros, a criação de leis, tanto para esta área da inteligência artificial, como nos domínios do ‘blockchain’ (tecnologia que visa a descentralização como medida de segurança na circulação de moedas virtuais) e dos carros autónomos, sustentando que esta pode ser uma “vantagem competitiva” para a Europa.
O estudo é feito pela empresa internacional de capital de risco Atomico, que agregou dados de parceiros como o Banco Europeu de Investimento (através do Fundo Europeu de Investimento), a bolsa de Londres e a rede social empresarial LinkedIn.
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