Inflação em Angola obriga a subir a taxa de juro para 18%
A inflação dos últimos doze meses, até outubro, situou-se assim em 28,96%. Depois de ano e meio sem alterações, a taxa diretora foi agora revista em alta para 18%.
O Banco Nacional de Angola (BNA) informou que decidiu aumentar para 18% a taxa de juro base angolana, como medida para tentar controlar a subida da inflação acumulada, depois de praticamente um ano e meio sem alterações.
A decisão consta da nota oficial sobre a reunião mensal do Comité de Política Monetária (CPM) do BNA, encontro que serve para avaliar os indicadores de crescimento económico e as contas fiscais e monetárias, neste caso de outubro.
A taxa de juro base estava fixa em 16% e o aumento definido agora é justificado, segundo o mesmo documento, com “os altos níveis de inflação acumulada”, o que levou o CPM a concluir pela “necessidade” de tomar “medidas de política monetária com o propósito de reverter o atual processo inflacionista”.
No mês de outubro, a taxa de inflação mensal, medida pelo Índice de Preços no Consumidor da província de Luanda, publicada pelo Instituto Nacional de Estatística, foi de 2,98%, contra os 2,58% do mês anterior e os 1,79% em outubro de 2016.
A inflação dos últimos doze meses, até outubro, situou-se assim em 28,96%, contra 27,46% no mês anterior e 40,04% no acumulado do período homólogo de 2016, recorda o BNA.
A taxa de juro, cujas variações podem servir para controlar a evolução da inflação, esteve fixada até julho de 2014 em 8,75%, após um corte, na altura, de meio ponto percentual.
Aumentou em 2015 para 9%, iniciando então um ciclo de subidas, com três aumentos só em 2016, o último dos quais em junho.
Na reunião de 30 de novembro do CPM – cujo teor das conclusões foi hoje divulgado – além de aumentar a taxa base de juro de 16% para 18% ao ano, até 22 de dezembro (próxima reavaliação), o BNA decidiu não mexer na taxa de juro de facilidade permanente de cedência de liquidez, fixada nos 20% ao ano, e de reduzir a 0% a taxa de facilidade permanente de absorção de liquidez, “passando a intervir com operações de mercado aberto para efeitos de regulação da liquidez”.
Devido à crise decorrente da quebra na cotação internacional do petróleo, Angola viu reduzir a receita fiscal para cerca de metade desde 2015, assim como a entrada de divisas no país, agravando o custo das importações e o acesso a produtos, inclusive alimentares, cujos preços dispararam.
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