Desigualdade está a aumentar, mas cresce a ritmos diferentes nas várias regiões

  • ECO
  • 14 Dezembro 2017

De acordo com o World Inequality Report, os mais ricos do mundo registaram um crescimento dos seus rendimentos duas vezes superior ao dos 50% mais pobres nas últimas décadas.

No decorrer das últimas décadas, a desigualdade de rendimentos tem vindo a crescer a vários ritmos, consoante a região do mundo. Esta é uma das várias conclusões a que o World Inequality Report, desenvolvido pelo World Inequality Lab, chegou. A Europa foi a região que registou um crescimento mais lento, enquanto a desigualdade cresceu mais rapidamente no Médio Oriente.

Olhando para os dados de 2016, 10% da população mais rica no Médio Oriente possui 61% da riqueza total de toda a região. Brasil e Índia registam uma realidade semelhante, onde os 10% mais ricos detêm, em ambos os países, 55% da riqueza nacional. Na Europa a percentagem é mais baixa, ficando-se pelos 37%.

Que percentagem sobre a riqueza nacional está nas mãos dos 10% mais ricos? (2016)

Desde 1980, a percentagem de rendimento dos 10% mais ricos sobre o rendimento nacional registou um maior crescimento na Índia. Em 1980, esta minoria detinha pouco mais de 30%, tendo avançado para os atuais 55%. Na Rússia, o indicador de desigualdade passou por um crescimento exponencial na década de 90, rondando valores próximos da linha dos 50% desde então.

O Médio Oriente, Brasil e África Subsaariana recebem um destaque no estudo pela relativa estabilização ao longo dos últimos anos. No entanto, as três regiões têm permanecido em valores mais altos relativamente ao resto do mundo.

A desigualdade ao longo do tempo

Do ponto de vista global, o estudo aponta que, desde 1980, o rendimento dos mais ricos do mundo – correspondente a 1% da população mundial – cresceu duas vezes mais que o rendimento dos 50% mais pobres. Nesta evolução, a classe média mundial, que contém os 90% mais pobres da União Europeia e dos Estados Unidos, tem vindo a sofrer uma “contração”. Nesta fatia da população mundial, a evolução no crescimento dos rendimentos tem sido pouca ou nula.

Em 1980, os mais ricos do mundo concentravam cerca de 16% da riqueza mundial. O valor foi subindo, tendo atingido o seu pico máximo de 22% por volta de 2006. A partir de então, a percentagem dos rendimentos sobre os rendimentos globais caiu para cerca de 20%. No que toca ao rendimento dos 50% mais pobres do mundo, a sua participação no rendimento global ficava-se pelos 8%. Nas décadas que se seguiram, os valores passaram por um fraco crescimento, sem cruzar a linha dos 10%.

Uma desigualdade que persiste. E se agrava desde 1980

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