Portugueses planeiam menos, mas estão a poupar mais. Em quê?
As famílias estão a planear menos as suas finanças, mas o alívio nos custos dos créditos está a permitir-lhes poupar mais. O dinheiro fica estacionado nas contas. E poucos olham para a reforma.
As famílias portuguesas já planearam mais as suas finanças do que o fazem atualmente, mas isso não está a impedir que poupem mais: mais de dois terços conseguiu amealhar algum dinheiro no ano passado. Esta é uma conclusão retirada do Inquérito à Literacia Financeira que mostra, contudo, que nem sempre esse dinheiro é bem poupado. O extra tende a ficar na conta à ordem. E muito poucos pensam na reforma.
“Em 2015, 71,6% dos entrevistados afirmam planear o orçamento familiar e 59% referem que costumam poupar. Comparando com os resultados obtidos em 2010 há uma melhoria nos hábitos de poupança da população (mais sete pontos percentuais), ainda que diminua a proporção dos que planeiam o orçamento familiar (menos 13 pontos percentuais)”, diz o Conselho Nacional de Supervisores Financeiros.
- 59% dos inquiridos costumam poupar
- 60,8% deixa o dinheiro na conta à ordem
- 54,1% não pensa na reforma
“Quando questionados sobre se efetivamente pouparam no último ano, 68,3% dos entrevistados respondem positivamente. A generalidade dos que afirmaram que costumam fazer poupança, confirmam que pouparam no último ano”. 25,7% dos entrevistados que não costuma poupar também refere que o conseguiu fazer no último ano. Os que não costumam poupar diz que não o faz por “não ter rendimento suficiente para o fazer”.
Dinheiro à ordem? Até em casa
Entre os que poupam, “o principal objetivo é fazer face a despesas imprevistas e a maioria deixa as suas poupanças na conta de depósito à ordem”, acrescenta. Há “pouca pro-atividade na aplicação da poupança, uma vez que 60,8% dos que poupam afirmam deixar o dinheiro na conta de depósito à ordem e 14,5% referem guardar o dinheiro em casa. Pouco mais de um terço dos entrevistados (34,3%) afirma colocar o dinheiro numa conta de poupança e 3,9% referem aplicar em produtos de investimento.
Há pouca pro-atividade na aplicação da poupança, uma vez que 60,8% dos que poupam afirmam deixar o dinheiro na conta de depósito à ordem e 14,5% referem guardar o dinheiro em casa.
“A maioria dos entrevistados prefere poupar antes de comprar, controla as suas finanças pessoais, paga as suas contas a tempo, não considera que tenha demasiadas dívidas e é avessa ao risco na aplicação das suas poupanças”, nota o Conselho Nacional de Supervisores Financeiros.
E para a reforma? Pouco
No que diz respeito ao planeamento da reforma, “pouco mais de metade (54,1%) dos entrevistados revela estar pouco ou nada confiante no planeamento da sua reforma. A generalidade dos inquiridos prevê assegurar a reforma através dos regimes contributivos obrigatórios”, refere o relatório.
“O planeamento da reforma pelos entrevistados evidencia algumas insuficiências, uma vez que 7,6% afirmam não fazer qualquer planeamento e 54,1% revelam estar pouco confiantes ou nada confiantes com esse planeamento. A proporção de entrevistados pouco ou nada confiantes com o planeamento da reforma é superior nas faixas etárias entre os 25 e os 54 anos (cerca de 60%), sendo os mais confiantes os que têm 70 ou mais anos (53,3%)”, conclui.
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