Santana Lopes: “Tenho a certeza que estou em condições de ganhar a António Costa”
O candidato à liderança do PSD defende que o equilíbrio orçamental deve ser alcançado através do crescimento económico e da contenção da despesa e diz que o seu adversário copia a sua estratégia.
Pedro Santana Lopes está seguro não só de que vai ganhar as eleições internas para a liderança do PSD, como de que vai levar o partido a vencer as próximas eleições legislativas. Na última entrevista que concedeu, transmitida esta terça-feira na SIC, o candidato à presidência do PSD volta a criticar o seu adversário, Rui Rio, que acusa de “copiar” as suas ideias, e volta a recusar pedir desculpas por várias das polémicas que lhe são apontadas durante o curto mandato enquanto primeiro-ministro. Se ganhar as eleições internas e as legislativas, a estratégia é clara: equilíbrio orçamental alcançado através do crescimento económico e da contenção da despesa. Fica por dizer onde cortaria para controlar a despesa.
O antigo primeiro-ministro começou por ser confrontado com um vídeo, datado de 2013, que começou a circular esta semana nas redes sociais. Num excerto de declarações que fez enquanto comentador da CMTV, Pedro Santana Lopes diz que “nem que o vento mudasse dez vezes” conseguiria ser eleito primeiro-ministro. Mas, desde então, diz agora Santana Lopes, houve “alterações climáticas” e “o vento mudou mais uma vez”.
“Tenho a certeza que estou em condições de disputar as próximas eleições e de as ganhar a António Costa”. Para isso, aponta, essencialmente, três razões, nenhuma delas relativa à sua capacidade política: “O Governo perdeu o estado de graça, o PCP está com um pé dentro e outro fora e o Bloco de Esquerda quer ir para o Governo“.
Tenho a certeza que estou em condições de disputar as próximas eleições e de as ganhar a António Costa.
Mais uma vez, o candidato aproveitou para frisar que a grande diferença entre si e o seu adversário é a posição que ambos assumem relativamente a um bloco central. “Nunca tive uma palavra de proximidade política para com [António Costa]. Apenas procuro reconhecer o que é bem feito e o que não é bem feito”.
Sobre as várias polémicas lembradas pela jornalista Clara de Sousa, Santana Lopes recusou sempre pedir desculpa, incluindo pelo momento, em outubro de 2004, em que decretou o fim do “período de austeridade”, numa altura em que as contas nacionais ainda não estavam consolidadas — é este mesmo “fim da austeridade” que agora é anunciado pelo atual Governo e criticado pela oposição. Seja como for, Santana Lopes garante: “Não fiz um Orçamento expansionista. Não prevíamos redução de impostos, prevíamos uma ligeira mexida dos escalões, como aconteceu agora. Dei muita importância, como continuo a dar, ao crescimento económico”.
Ainda assim, admite que não voltaria a fazer tudo da mesma forma. “Pouco inteligente é quem não tira lições da vida”, reconhece.
Quanto à estratégia a seguir, caso saia vencedor das eleições que decorrem no sábado, Santana Lopes apresenta propostas semelhantes às de Rui Rio, mas diz que foi o seu opositor quem o copiou. “Cada vez que me ouve dizer uma coisa, vai dizer isso na entrevista seguinte“. Está a copiá-lo? “É evidente”.
A estratégia passa por “criar riqueza para termos e crescermos mais de 3%, acima da média europeia”. “Do que precisamos como de pão para a boca é de dar estímulos salariais”, defende também. E “uma política fiscal ousada para trazer para cá talentos”, acrescenta, detalhando que “a carga fiscal deve baixar, nomeadamente o IRC”, frisou Santana Lopes.
Em suma: “Defendo que o equilíbrio orçamental seja alcançado pelo crescimento, com contenção da despesa“.
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