Grupo Tata: o entra e sai surpreendente

Foi com surpresa que a saída do atual presidente do grupo foi anunciada esta segunda-feira. De regresso está Ratan Tata, mas continuará a busca por um novo presidente permanente.

A surpresa está a dominar os recentes desenvolvimentos no Tata, o maior grupo empresarial da Índia. Quatro anos depois da entrada de Cyprus Mistry enquanto presidente de forma surpreendente por não ser da família, o grupo Tata volta a surpreender esta segunda-feira com a saída repentina de Mistry e o regresso do ex-presidente Ratan Tata, de 78 anos.

A partir de hoje Tata é o presidente interino, abrindo uma incerteza na liderança do grupo, revela um comunicado no site oficial. O objetivo é procurar e escolher um sucessor mais permanente do que Cyprus Mistry, nomeado presidente no final de 2013.

O conselho de administração perdeu a confiança na sua liderança, o que pode significar que o seu estilo de liderança e certas decisões estratégicas não têm apoio.

Kavil Ramachandran

No seu mandato, Mistry tentou impor uma política financeira de prudência face ao antecessor, o próprio Ratan Tata que agora volta ao cargo. Nos seus mais de 20 anos à frente do grupo, Tata comprou a Jaguar Land Rover, Tetley Tea e a Corus Group Plc. Contudo, também multiplicou as receitas de 1,5 mil milhões de dólares para 100 mil milhões de dólares.

A decisão de retirar Cyprus Mistry não foi unânime, mas quase: seis dos nove membros do conselho de administração votaram a favor a saída. Dois abstiveram-se e o próprio Mistry votou contra, avançou a Bloomberg. A agência de informação financeira tentou contactar os envolvidos no processo, mas sem sucesso.

“O conselho de administração perdeu a confiança na sua liderança, o que pode significar que o seu estilo de liderança e certas decisões estratégicas não têm apoio”, explicou o diretor executivo de um instituto sobre empresas familiares da Indian School of Business, Kavil Ramachandran. “Dada a composição do conselho, devem ter agido de forma a defender a identidade institucional única e os valores de um grupo construído por mais de cinco gerações”, concluiu.

Apesar da decisão, fonte da Bloomberg garante que Mistry continuará no grupo enquanto diretor de algumas divisões da empresa.

Editado por Paulo Moutinho

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