Da telepatia ao fim dos telemóveis: estas são as dez previsões tecnológicas da Cisco até 2050

O fim dos smartphones, as comunicações por telepatia e os carros flutuantes são apenas três das dez previsões da Cisco para as próximas três décadas. Porque o futuro "não está assim tão longe".

Rowan Trollope apresentou as previsões da Cisco num evento em Barcelona.Ben Phillips Photography/Cisco

O mundo está a mudar por causa da tecnologia. Mas essa mudança está a acontecer bem mais rápido do que muitos imaginam. Esta terça-feira, Rowan Trollope, alto cargo da multinacional, partilhou as previsões da Cisco até 2050. A empresa acredita que os smartphones vão desaparecer em meados da próxima década e que haverá cura para o Alzheimer em 2036. Mas já em 2022, um primeiro conceito de carro voador deverá ser realidade. Conheça as previsões em detalhe.

2022: Carros autónomos e flutuantes chegam ao Dubai

Na visão de Rowan Trollope, vice-presidente sénior da Cisco e diretor-geral das divisões de aplicações e internet das coisas, em 2022 deverão começar a circular no Dubai os primeiros carros autónomos e… flutuantes. Isso mesmo. O especialista antecipou que existirá tecnologia que permitirá estes automóveis circular junto à estrada mas sem tocar no chão. “Os carros voadores vão estar por aí. Isto é real e está a acontecer. Não estamos assim tão longe”, garantiu o responsável da Cisco.

2025: Smartphones vão desaparecer

É outra previsão do especialista da Cisco. Em 2025, os telemóveis vão desaparecer. Mas não num sentido de regressão tecnológica — pelo contrário. Rowan Trollope prevê o fim dos smartphones porque já não serão necessários, garantiu. Nesta altura, deverão estar a chegar ao mercado novas tecnologias avançadas de realidade aumentada, que permitirão usar um novo tipo de telemóvel que não será físico, mas uma espécie de holograma. “É totalmente revolucionário. O Google Glass foi a primeira versão. A Magic Leap é a segunda. Veremos esta tecnologia a levantar voo”, disse. A Magic Leap é uma startup norte-americana envolta em grande secretismo, mas que se acredita que esteja a desenvolver uma tecnologia que vai permitir a existência de hologramas, como em Hollywood.

Rowan Trollope acredita que os smartphones vão desaparecer para darem lugar aos hologramas.Pixabay

2027: Será possível escrever com o pensamento

Rowan Trollope acredita que, em 2027, será possível escrever através do pensamento. Ao invés de rebuscado, o especialista explicou que “esta tecnologia já existe”, mas que só no final da próxima década é que deverá massificar-se. “É tão excitante como esquisito”, comentou.

2028: Simulações do cérebro humano serão realidade

Rowan Trollope acredita que será possível emular o cérebro humano e criar uma simulação no final da próxima década, tecnologia que é hoje muito aguardada por ter potencial para revolucionar áreas críticas como a medicina. O alto cargo da Cisco também disse que esta tecnologia já existe, mas numa dimensão menor, sendo possível levar a cabo pequenas simulações do cérebro de ratos. “Acreditamos que simulações completas do cérebro humano vão ser possíveis. Simular totalmente o cérebro humano. Já pode ser feito com ratos”, disse.

2030: Novos (e estranhos) empregos no LinkedIn

No início da década seguinte, os cargos dos profissionais no LinkedIn serão bem diferentes dos atuais. Vai ser comum ver cargos como “gestor de avatares”, “criador de partes do corpo”, “especialista em reversão das alterações climáticas”, entre outras, indicou Rowan Trollope.

2034: Serão comuns as ligações à internet de 1 Tbps

Atualmente, as redes de nova geração permitem transferências, na melhor das hipóteses, de 100 Mbps (megabits por segundo), numa altura em que se tenta chegar às ligações de 1 Gbps com o 5G, a rede móvel de quinta geração. Em 2034, antecipa o especialista da Cisco, deverão ser comuns as redes com débitos de 1 Tbps. “Há muito trabalho a fazer. A rede terá um papel importantíssimo. Essa conectividade vai mudar a forma como vivemos”, previu.

As ligações por fibra ótica vão parecer um caracol ao lado das redes com débitos de 1 Tbps.Pixabay

2036: Descoberta a cura do Alzheimer

A Cisco defende que a tecnologia vai desempenhar um papel maioritariamente positivo na vida das sociedades do futuro. Segundo Rowan Trollope, em 2036, “graças à engenharia reversiva no cérebro humano”, os especialistas chegarão à cura do Alzheimer, uma das mais preocupantes doenças dos dias de hoje.

2040: PCs terão o poder de mil milhões de cérebros

“É aqui que as coisas realmente começam a acontecer: um computador pessoal mediano terá o poder de mil milhões de cérebros humanos. Teremos mil milhões de cérebros numa caixa”, disse Rowan Trollope. Os avanços na capacidade de processamento dos CPUs, que são as unidades centrais de processamento em qualquer aparelho minimamente inteligente, permitirão chegar a aparelhos bem mais poderosos e preditivos. Isso permitirá a uma pessoa comum realizar tarefas mais complexas com maior rapidez.

2048: Telepatia virtual dominará as telecomunicações

Quem precisa de um tarifário quando pode, simplesmente, transmitir um pensamento para outra pessoa? É a forma de comunicar no futuro, de acordo com as previsões de Rowan Trollope, que garantiu esta terça-feira que, em 2048, as telecomunicações serão “dominadas pela telepatia virtual”. Será o resultado de avanços numa outra tecnologia já falada anteriormente: a hipótese de transmitir pensamentos para texto, que o especialista acredita que será realidade algures em 2027.

A Fira Barcelona encheu para ouvir as previsões da Cisco até 2050.Ben Phillips Photography/Cisco

2050: Base permanente em Marte

A previsão de Rowan Trollope é mais modesta do que a de Elon Musk, o fundador da Tesla e da SpaceX, que tem envidado esforços para pôr o homem em Marte num curto prazo. Em contrapartida, a Cisco só vê o homem no planeta vermelho dentro de pouco mais de 30 anos, algures nos anos 50 do corrente século. Em 2050, Rowan Trollope crê que existirá uma base permanente em Marte e estima que a Terra tenha 9,7 mil milhões de habitantes, duas vezes mais do que a capacidade do planeta. Isso forçará o ser humano a começar a empenhar esforços para se lançar à escala “interplanetária”.

A realidade é que o futuro não está assim tão longe. 2050 não está assim tão longe.

Rowan Trollope

Vice-presidente sénior da Cisco, diretor-geral dos departamentos de aplicações e IoT

Estas previsões foram partilhadas pelo especialista no arranque da conferência Cisco Live em Barcelona, o maior evento da multinacional na Europa. A empresa esperava entre 10.000 a 15.000 pessoas na Fira Barcelona, onde centenas de parceiros da companhia expuseram as tecnologias desenvolvidas numa conferência que decorreu até ao final da semana.

O ECO viajou para Barcelona a convite da Cisco Portugal.

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