CTT: das 800 saídas, cerca de metade “são saídas naturais”
Francisco Lacerda recusa falar em despedimentos. Por ano saem cerca de 150 a 160 pessoas por "razões naturais", diz o líder dos CTT, que foi ouvido na comissão parlamentar de Economia.
O presidente executivo dos CTT vincou esta quarta-feira que, entre as 800 saídas planeadas, cerca de metade deve corresponder a saídas “naturais”.
Francisco Lacerda está a ser ouvido na comissão parlamentar de Economia sobre a situação da empresa, no âmbito de um requerimento do PS. Depois de apresentar alguns números relativos ao negócio, o líder dos CTT indicou que, num período de três anos, a entidade terá condições para funcionar com menos 800 pessoas na frente de distribuição, mas defendeu que isso não significa despedimentos.
Por ano, saem cerca de 150 a 160 pessoas “por razões naturais”, disse Lacerda, apontando para casos de reforma ou outros. No conjunto de três anos, estarão em causa cerca de 450 saídas, acrescentou ainda. Ou seja, das 800 saídas, “qualquer coisa como metade são saídas naturais”, notou o líder dos CTT, enquadrando o número num universo de 12 mil empregados.
As pessoas não se reveem naquilo que leem nos jornais ou na televisão sobre o que dizem sobre os CTT.
Francisco Lacerda referiu ainda que há cerca de 500 trabalhadores com contrato a prazo e, além disso, indicou que os CTT estão a “conversar” com trabalhadores, sobretudo os que se encontram mais perto da idade de reforma, para tentar “encontrar condições” que levem os funcionários a entender que a saída é “uma boa alternativa” — no entanto, estes casos não são entendidos como saídas naturais porque envolvem uma “ação” que “tem a ver com uma negociação para uma rescisão por acordo”.
O PCP quis saber se já tinha terminado o processo de encerramento de estações, mas Francisco Lacerda diz que “não há uma resposta direta” para dar. “Em cada momento analisamos e decidimos”, frisou.
650 mil pensões pagas através dos CTT
Já em resposta ao Bloco de Esquerda, Francisco Lacerda apresentou alguns números relativos às pensões que chegam aos beneficiários através dos CTT. Desde 2005, os novos pensionistas já têm de indicar uma conta bancária, “ou seja todos os pensionistas que recebem por vale postal reformaram-se até 2004”, afirmou o presidente dos CTT.
Mas mesmo assim, ainda são pagas 650 mil pensões por mês, continuou Francisco Lacerda, adiantando também que são pagas “em casa das pessoas 255 mil pensões por ano”. Neste caso, trata-se de um serviço não obrigatório: “levamos o dinheiro a casa das pessoas”, explicou.
Ambição não é “ter a melhor qualidade do mundo, mas ter boa qualidade”
Durante a audição, o deputado social-democrata Paulo Rios acusou os partidos mais à esquerda de “tentar gerar a imagem do caos no país” e avisou que o PSD vai tentar “evitar que se tente transformar os CTT numa nova Autoeuropa”.
Já durante a resposta, Francisco Lacerda frisou que a ambição dos CTT é “ter boa qualidade”. “Não direi ter a melhor qualidade do mundo, mas ter boa qualidade”, disse. O presidente executivo entende mesmo que “as pessoas não se reveem naquilo que leem nos jornais ou na televisão sobre o que dizem sobre os CTT”.
(notícia atualizada às 13:46)
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