Prestações em atraso. Quanto devem os portugueses à banca?
Em média, as dívidas que se encontram em situação de incumprimento vão de cerca de mil euros no cartão de crédito a mais de duas dezenas no crédito à habitação, por devedor em falta.
A crise financeira lançou muitas famílias rumo ao flagelo do incumprimento. À medida que aumenta a confiança das famílias e as perspetivas económicas do país melhoram, os números do incumprimento no crédito também aliviam. Há quem continue, contudo, a não conseguir cumprir com os seus compromissos financeiros perante os bancos. Em cima da mesa está o falhanço do pagamento de prestações de dívidas que vão dos cerca de mil euros, mas que podem ascender a mais de duas dezenas de milhares de euros no caso do crédito à habitação.
No ano passado, a relação financeira entre as famílias e os bancos melhorou. O total do crédito vencido nas mãos das famílias portuguesas recuou para a fasquia mais baixa em mais de seis anos, enquanto o número de famílias em falta com os empréstimos baixou para um mínimo de sempre (2009), um movimento que foi ditado sobretudo pela quebra das situações de incumprimento no crédito ao consumo. Em 2017, 47 mil famílias deixaram de estar em falta com os empréstimos, enquanto o total do crédito vencido recuou para o valor mais baixo desde março de 2011: 5,19 mil milhões de euros, mostram dados divulgados pelo Banco de Portugal.
Este montante do crédito vencido divide-se quase por igual entre crédito à habitação e ao consumo: 2.830 milhões de euros e 2.364 milhões, respetivamente. Mas no que respeita ao número de devedores em falha a divisão é muito mais desigual entre as duas finalidades. No final do ano passado, 111,7 mil agregados portugueses não estavam em dia com o pagamento das prestações da casa, enquanto no que respeita à finalidade de consumo as situações de incumprimento ascendiam a cerca de 465 mil.
Os dados do Banco de Portugal permitem concluir que no que respeita à habitação, os empréstimos em incumprimento ascendem a um valor médio de 25 mil euros por devedor faltoso. Ou seja, quase metade do valor médio dos empréstimos para a compra de casa por saldar. De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), em dezembro o capital médio em dívida para a totalidade dos créditos vivos era de 51.690 euros.
Já no que respeita ao crédito ao consumo e outros fins, quase um quarto do total do incumprimento diz respeito apenas a duas subcategorias de empréstimos: cartões de crédito e automóvel. No primeiro caso, os créditos vencidos ascendem a 220 milhões de euros, enquanto no segundo caso o incumprimento totaliza 342 milhões de euros.
Tendo em conta este montante e o número de devedores envolvidos, tal significa que cada português incumpridor tem, em média, 1.300 euros de dívidas com cartões de crédito. No caso do automóvel, o montante médio em incumprimento são 5.081 euros.
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