Presidente de Angola exonera o embaixador em Lisboa, José Marcos Barrica
João Lourenço exonerou José Marcos Barrica do cargo de Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República de Angola em Lisboa, não havendo ainda nomes oficiais para o seu sucessor.
João Lourenço exonerou esta segunda-feira José Marcos Barrica do cargo de embaixador extraordinário e plenipotenciário da República de Angola em Lisboa, de acordo com a agência de notícias angolana. Ainda não há nomes oficiais para o substituir.
A notícia foi adiantada por uma nota da Casa Civil do Presidente da República, onde se lê que José Marcos Barrica “havia sido nomeado para as funções que agora cessam em abril de 2009”.
A saída de José Marcos Barrica, antigo ministro da Juventude e dos Desportos, de 56 anos, acontece numa altura de tensão nas relações entre Angola e Portugal, devido ao processo Fizz, que está a julgar, em Lisboa, o ex-vice-Presidente da República angolana, Manuel Vicente. Em janeiro, o Presidente angolano, João Lourenço, afirmou que as relações entre Portugal e Angola vão “depender muito” da resolução do processo de Manuel Vicente e classificou a atitude da Justiça portuguesa como “uma ofensa” para o seu país.
“Lamentavelmente [Portugal] não satisfez o nosso pedido, alegando que não confia na Justiça angolana. Nós consideramos isso uma ofensa, não aceitamos esse tipo de tratamento e por essa razão mantemos a nossa posição“, enfatizou João Lourenço. Para a defesa do ex-governante angolano, as questões relacionadas com Manuel Vicente deviam ser analisadas pela justiça angolana, apontando mecanismos previstos no Direito Internacional e nos Direitos internos em matéria de cooperação judiciária.
Ainda no mesmo dia, o chefe de Estado angolano nomeou o general António Egídio de Sousa Santos para Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas, substituindo no cargo Geraldo Sachipengo Nunda, exonerado também por sua decisão. Em decorrência da nomeação como novo chefe do Estado-Maior das Forças Armadas Angolanas, João Lourenço promoveu ainda Egídio de Sousa Santos ao grau militar de general-de-exército, entre outras mexidas naquela organização militar.
A 26 de março foi divulgado que o general de exército (a mais alta patente angolana) Geraldo Sachipendo Nunda, Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas, foi constituído arguido num processo de alegada tentativa de burla ao Estado, de 50 mil milhões dólares. Em novembro passado, o general Geraldo Sachipengo Nunda, anunciou que estava em condições de se reformar, por já ter completado 65 anos de idade.
O anúncio do general, naquelas funções desde 2010, para as quais foi indicado por José Eduardo dos Santos, na altura chefe de Estado e Comandante-em-Chefe das FAA, foi feito na quarta-feira, precisamente na cerimónia de passagem à reforma de 15 oficiais generais.
(Notícia atualizada às 14h15)
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