Sitava acusa TAP de “desprezar” trabalhadores de terra e exige aumentos de 5%
Ou a TAP “assume que todos contribuem para o sucesso e muda de atitude” ou “arrisca-se às consequências”, alertou o Sitava esta sexta-feira, num comunicado dirigido aos seus associados.
O Sitava acusou hoje a TAP de “faltar ao respeito” e “desprezar” os trabalhadores de terra e exigiu aumentos salariais de 5%, iguais aos propostos para os pilotos, bem como uma compensação pela “desconsideração acumulada” em 2017 e 2018.
Num comunicado dirigido aos seus associados, o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava) considerou que o momento na TAP é “grave” porque os responsáveis da empresa “decidiram faltar ao respeito a todos os trabalhadores de terra, numa atitude de profundo desprezo por quem trabalha duramente para que outros, agora, sejam compensados”.
Ou a TAP “assume que todos contribuem para o sucesso e muda de atitude” ou “arrisca-se às consequências”, alertou o Sitava, acrescentando que a decisão da companhia aérea “irá trazer consequências gravíssimas à estabilidade laboral”.
O aviso do Sitava ocorre um dia depois de ter sido conhecida a proposta de atualização salarial da administração da TAP para os pilotos que prevê aumentos de 5% este ano e no próximo, de 3% em 2020 e de 1% em 2021 e 2022, num total de 15% em cinco anos, mais a correção da inflação estimada em 9,4%, tal como avançou a Lusa.
A proposta da TAP contempla ainda uma compensação aos pilotos por atraso na progressão técnica e uma outra equivalente a um vencimento bruto anual, pago em duodécimos, que será aplicada “até ser respeitado o limite de 8% das ‘block hours’ [unidade de medida usada na aviação] voadas no ano civil anterior pela TAP”, contratada a empresas pertencentes ao grupo.
“Por acaso os responsáveis [da TAP] já meditaram no que acontecerá se tentarem levar por diante esta discriminação?”, questionou o Sitava, referindo que para os trabalhadores de terra “o ataque às anuidades é feroz e permanente”, com a companhia aérea a recusar a atualização do valor.
O Sitava disse que se reuniu na quinta-feira com o diretor geral de manutenção e engenharia, tendo também reunião pedida ao Presidente da Comissão Executiva e que as propostas do sindicato são “claras”.
“A TAP, na última reunião declarou que apenas aguardava a publicação dos resultados para implementar uma compensação para todos os trabalhadores de terra”, avançou o Sitava.
“Pela nossa parte, que representamos trabalhadores tão dignos e dedicados quanto os outros, não aceitamos nada menos que estes, ou seja, além da reposição do poder de compra perdido pela inflação verificada de 1,4%, exigimos, tal como os outros, um aumento real dos salários de 5%”, lê-se no documento.
Além disso, o Sitava exige uma compensação aos trabalhadores de terra equivalente a um salário referente a 2017 e 2018 “por tanta desconsideração acumulada” e “a pagar imediatamente, tal como aos outros”.
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