Fundos: nem os computadores escapam às perdas

A esperança depositada pelos fundos nos computadores ainda não se tornou real. Os fundos que são controlados apenas pelos algoritmos estão a registar perdas.

Um fundo de investimento totalmente controlado por computadores está a ter prejuízos. A empresa retirou os humanos da equação e incorporou a informática, mas as perdas continuam. A solução parece não estar nos sistemas automáticos e, supostamente, infalíveis.

O fundo chama-se Systematica Investments e foi lançado no início de 2015 pela gestora Leda Braga. Desde que foi criado que é controlado por computadores, mas isso não significa que há mais lucros. Pelo contrário: as perdas este ano são superiores a outros fundos de investimento, de acordo com a Bloomberg.

Apesar de os números serem negativos, Leda Braga tem conseguido captar mais investimentos para o seu fundo, o que compensou os prejuízos. Pode-se assim dizer que os investidores estão a confiar mais em algoritmos para controlarem as tendências macroeconómicas. No passado ficam os traders de carne e osso e a sua fé num determinado investimento.

Acredita-se que os fundos geridos por computadores são mais eficazes em tempos maus para a economia. Essa é a ideia transmitida pelo analista Philippe Ferreira, da Lyxor Asset Management. Contudo, esta ideia até agora não corresponde à realidade: pelo menos três dos quatro fundos computorizados geridos pelo Man Group Plc’s AHL tiveram perdas.

Um dos problemas dos fundos de investimento convencionais tem sido as taxas de juro baixas praticadas pelos principais bancos centrais, nomeadamente no Japão, EUA e Zona Euro. Mesmo com o aumento da informação disponível, os gestores têm dificuldade em fazer decisões e a consequência tem sido pouco retorno e a perda de clientes.

A esperança é agora depositada em máquinas. Desprovidos de um lado emocional, acredita-se que os computadores possam fazer escolhas mais conscientes e informadas. Neste caso, entram em campo algoritmos e o cruzamento de terabytes de informação que não deixam escapar a complexidade das decisões.

A Bloomberg refere que os fundos que usaram modelos matemáticos conseguiram um investimento total de 21 mil milhões de dólares, de acordo com o eVestment. Em sentido contrário, os fundos tradicionais sofreram uma saída de investimento de 60 mil milhões de dólares.

No entanto, o lado psicológico e emocional fazem parte das expectativas dos mercados. A importância do lado emocional pode vir a revelar-se quando as expectativas de aumento da taxa de juro pela Reserva Federal se tornarem realidade.

Editado por Paulo Moutinho

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