Carlos Costa: BdP não alterou provisões para dar mais dividendos ao Estado
O governador do Banco de Portugal diz que a política de provisionamento é a mesma desde que assumiu funções. O montante de provisões apenas baixou porque o risco da carteira também caiu.
O Banco de Portugal entregou dividendos recorde ao Estado no valor de 525 milhões de euros relativos ao exercício do ano passado, um montante 50% superior ao que havia dado um ano antes. Contudo, o governador garante que não houve libertação de provisões para justificar o aumento do volume de dividendos. Carlos Costa afirma que a política de provisionamento é a mesma desde que assumiu funções.
“A política de provisionamento mantém-se desde que assumi funções”, refere o governador do Banco de Portugal respondendo aos deputados na comissão de Orçamento e Finanças. Esta política “baseia-se numa metodologia partilhada ao nível do eurossistema que avalia o risco associado à carteira tendo em conta o horizonte de médio prazo”, acrescenta Carlos Costa.
“Houve uma redução do risco associado à carteira” e, por isso, há “menos exigências de provisionamento”, explica o governador. De acordo com o relatório e contas para 2017 do banco central, as provisões para riscos gerais caíram para 3.727 milhões de euros, face a 4.247 milhões no ano anterior.
Questionado pelo PSD se o banco central deixou para trás a postura “conservadora” considerando o “aumento de exposição à dívida pública portuguesa em paralelo com uma menor prudência na política de provisões”, Carlos Costa diz que “se no ano passado nos acusavam de sermos conservadores, podem continuar a acusar-nos disso” agora.
O Banco de Portugal entregou 525 milhões de euros ao Estado no ano passado. Esta entrega reflete os lucros obtidos pela instituição liderada por Carlos Costa no ano passado. De acordo com o relatório do conselho de administração de 2017, o resultado líquido do Banco de Portugal em 2017 ascendeu a 656 milhões de euros, traduzindo um aumento de 48% face a 2016.
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