AG extraordinária do Sporting vai pôr em causa empréstimo obrigacionista, diz Bruno de Carvalho
Bruno de Carvalho lamenta a decisão de convocar uma AG extraordinária a 23 de junho para o destituir porque isso vai pôr em causa o novo empréstimo obrigacionista e comprometer o início da nova época.
“É dos dias mais tristes que vivi no Sporting”. Foi assim que Bruno de Carvalho reagiu à decisão de Jaime Marta Soares de convocar uma assembleia geral do Clube, a 23 de junho, para destituir o presidente. Uma decisão que segundo o líder leonino vai pôr em causa o empréstimo obrigacionista a fazer no final deste mês de maio ou início de junho.
Bruno de Carvalho diz que não quer “dividir os sportinguistas”, mas acusou a mesa da Assembleia Geral e o conselho fiscal de não terem sido “sensíveis aos interesses dos acionistas e obrigacionistas que deram voto de confiança grande quando aprovaram por unanimidade o adiamento do prazo do empréstimo obrigacionista para novembro“. O presidente da SAD leonina acusa-os ainda de “deitarem abaixo” o trabalho desenvolvido junto “dos bancos e CMVM”.
“Esta necessidade de atrasar este empréstimo obrigacionista e fazer outro tinha a ver com questões de tesouraria”, explicou Bruno de Carvalho de forma clara. E vai ter consequências assegura: “Isto põe em causa a preparação da época, a contratação e venda de jogadores, a nova reestruturação financeira”. “Não posso garantir absolutamente nada”, lamenta.
Esta necessidade de atrasar este empréstimo obrigacionista e fazer outro tinha a ver com questões de tesouraria. Isto põe em causa a preparação da época, a contratação e venda de jogadores, a nova reestruturação financeira.
“Não havia nenhum interesse do Sporting que os pudesse demover”, atirou ainda Bruno de Carvalho em conferência de imprensa transmitida pela Sic Notícias. “Esta direção tentou tudo“, assegurou.
Bruno de Carvalho sublinhou que tanto na reunião de dia 21 como na desta quinta-feira pediu que lhe fossem dadas “as razões pelas quais” a direção do Sporting se deveria demitir, mas que não foi possível perceber. O presidente do Sporting aproveitou para revelar o plano que avançou à mesa da AG na reunião de dia 21: permanecer em funções por mais 30 dias e agendar novas eleições, de forma a auscultar os sócios “o maior património do clube”, nas palavras de Bruno de Carvalho.
Perante a impossibilidade de demover a mesa da Assembleia Geral, liderada por Jaime Marta Soares, Bruno de Carvalho disse que lhes pediu que fossem eles a estabelecer um prazo para ter acesso da toda a informação do clube, SAD, falar com jogadores pessoal e se no final houvesse indício de algum diálogo, se sentariam em discussão, porque são “pessoas honradas e de bem”. Para Bruno de Carvalho “esta pressão e coação” para a demissão da direção não passa de um simples “capricho” que “não é legal”.
Jaime Marta Soares tem uma visão diferente destas reuniões. O presidente da mesa da assembleia geral, no final da reunião de três horas dos órgãos sociais, disse que “Bruno de Carvalho falou durante duas horas e meia” e “recusou tudo”.
Bruno de Carvalho falou duas horas e meia e nós meia hora. Recusou tudo.
Segundo Bruno de Carvalho a Assembleia Geral extraordinária agendada para 23 de junho “está cheia de irregularidades”. “Lançou uma bomba atómica que, pelos estatutos e pela Lei, não são assim”. O presidente do Sporting promete assim “desmontar a bomba atómica” — que “apenas serviu para lançar o pânico e parar o empréstimo obrigacionista, e retirar a força no processo negocial que é a preparação da época” — tendo em conta as irregularidades. Mas questionado pelos jornalistas de como vai desarmadilhar essa bomba, Bruno de Carvalho apenas deu a entender que não o vai fazer imediatamente. “Rapidamente não é hoje”, frisou Bruno de Carvalho. “Por estas incorreções jurídicas tenho sérias dúvidas que esta bomba atómica aconteça”, disse o presidente do Sporting.
“Para que é que foi preciso este espetáculo degradante?”, questionou Bruno de Carvalho. “O que está por detrás disto?”, acrescentou. “Só há um objetivo que é querer derrubar o presidente e esta direção”, acusou ainda.
Quanto aos ataques à Academia de Alcochete, Bruno de Carvalho frisa que “não há indícios novos” e que o seu nome “nunca foi falado no processo”.
Bruno de Carvalho aproveitou ainda a conferência de imprensa para anunciar que vai mover um processo contra o Correio da Manhã e a Cofina.
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