WhatsApp, o novo canal propício à proliferação de ‘fake news’
De acordo com um estudo da Universidade de Oxford, o WhatsApp tem muito potencial para propagar notícias falsas, em grande parte devido ao carácter pessoal das mensagens.
Um estudo realizado pela Universidade de Oxford alerta para o facto de notícias falsas, ou fake news, começarem a ser um grande problema no WhatsApp. Apesar de o Facebook e o Twitter serem, ainda, as redes sociais onde a sua proliferação é maior, segundo o The Guardian (conteúdo em inglês), a investigação quis saber como é que este tipo de notícias tem crescido tão exponencialmente na app de mensagens instantâneas e chamadas de voz.
No WhatsApp, as publicações que se fazem no Facebook converteram-se em mensagens de voz ou vídeo. Mas, a principal diferença entre as duas apps, que até pertencem à mesma empresa, está relacionada com a forma como as notícias se organizam. No caso do Facebook, as notícias publicadas organizam-se consoante um algoritmo que lhes atribui relevância em função de quando e de como foram partilhadas. Já no WhatsApp, os textos, as fotos e os vídeos partilhados vão de pessoa em pessoa, o que faz com que a evolução de notícias falsas seja muito mais difícil, segundo os investigadores.
Em contrapartida, o grande perigo está no facto de “as pessoas se sentirem mais cómodas ao partilhar coisas importantes pelo WhatsApp”, afirmam os autores do estudo da Oxford. Tal sentimento pode levar a que uma notícia falsa atinja um grau de credibilidade maior do que no Facebook, uma vez que quem a partilha é um contacto conhecido. Os fatores proximidade e individualidade são, por isso, os que estão em jogo neste campo, proporcionados pelo caráter pessoal das mensagens, que são partilhadas por outra pessoa e não por uma página de um órgão de comunicação ou por um grupo.
A forma com se faz a partilha deste tipo de notícias não é diferente das mensagens correntes que se trocam através do correio eletrónico, muito populares e comuns na internet há uma década, mas que, hoje, caíram em desuso ou, de outro ponto de vista, transformaram-se.
Por todo o mundo já há países que estão a sofrer as consequências das fake news através do WhatsApp, como é o caso da índia, do Quénia e do Brasil.
Projeto digital de verificação de factos
As Chicas Poderosas, um movimento dedicado ao empoderamento das mulheres, começou precisamente com o objetivo de aproximar jornalistas de imprensa às novas tecnologias e à criação de conteúdos digitais. Agora, conscientes do potencial do WhatsApp no que toca a notícias falsas, lançaram um projeto digital de verificação de factos.
Chama-se “O Poder de Eleger” [El poder de elegir, em castelhano] e pretende verificar a informação, de modo a que os cidadãos estejam verdadeiramente informados e mais aptos a tomar decisões ponderadas. Para ser feita essa verificação, basta que a pessoa envie, via WhatsApp, a mensagem que deseja ver confirmada. Desta forma, pode também continuar a receber as verificações de outras mensagens, recebidas da mesma forma. O projeto foi lançado na Colômbia, a propósito das eleições presidenciais, mas está a ser estudada a sua adaptação a outros países do mundo.
Tweet from @ElPoder_Elegir
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
WhatsApp, o novo canal propício à proliferação de ‘fake news’
{{ noCommentsLabel }}