Ministério Público vai extrair certidões relativas a Proença de Carvalho e Carlos Silva
Procuradora do Ministério Público pediu a extração de certidões relativas a Proença de Carvalho e Carlos Silva no final das alegações finais da Operação Fizz.
A Procuradora do Ministério Público (MP) que está com a Operação Fizz, Leonr Machado, disse que vai extrair certidões relativamente ao banqueiro Carlos Silva e ao advogado Daniel Proença de Carvalho. No final das alegações finais que decorreram esta sexta-feira no Campus de Justiça, em Lisboa, Leonor Machado garantiu que o iria fazer.
A procuradora disse que ia pedir extração de certidão “contra intervenientes neste processo” e aos jornalistas confirmou que os visados são o banqueiro luso-angolano Carlos José da Silva e o advogado Daniel Proença de Carvalho, que depuseram como testemunhas neste julgamento. Na sessão de julgamento já tinha dito que “evidentemente que até à leitura do acórdão vou pedir a extração de uma certidão contra pessoas que foram citadas neste julgamento e os senhores terão conhecimento dessa certidão” mas sem concretizar a quem se referia. O Ministério Público diz que em causa estão as declarações de ambos como testemunhas no processo que poderão ser falsas.
Daniel Proença de Carvalho foi ouvido, em abril, em tribunal, no âmbito da Operação Fizz. O advogado contradisse a versão transmitida por Orlando Figueira. Garantiu que não houve qualquer “acordo de cavalheiros” com o antigo procurador para pagar o silêncio deste em relação ao esquema de corrupção pelo qual é acusado. Admite que foi “ingénuo” ao ter tido “um gesto de boa vontade” para com Orlando Figueira”. E assegura, ao contrário do que foi noticiado em vários meios de comunicação social que os contatos com este arguido da Operação Fizz foram raros e estritamente relacionados com o pedido de ajuda de Orlando Figueira para cessar um contrato com a empresa angolana Primagest.
Semanas depois, foi a vez de Carlos Silva, presidente do Banco Privado Atlântico (BPA), ser ouvido. Manteve as suas declarações de que Paulo Blanco insistiria em travar contacto consigo por razões que lhe são desconhecidas, apesar de os e-mails enviados pelo advogado para o banqueiro serem recorrentes, de a linguagem utilizada ser informal e de sugerir, além de proximidade, o tratamento de assuntos entre os dois por outros meios.
Confrontado com mais e-mails e questões da sua eventual relação com Paulo Blanco, pelo presidente do coletivo de juízes Alfredo Costa, Carlos Silva disse que nunca os rececionou, nem os abriu, nem sabia de que assuntos se tratavam. “Portanto, o Dr. Paulo Blanco andava a corresponder-se com uma pessoa que não lhe ligava minimamente”, reitera o juiz, perguntando de seguida: “Quando diz que não tomou conhecimento destes e-mails quer dizer o quê?”.
O banqueiro foi peremptório: estes e-mails, dos quais constam até minutas de contratos e procuração de clientes em anexo, não chegaram a ele. “Não os leu, portanto, não sabia de nada”, deduz o juiz. A resposta é afirmativa.
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