Venda da Mango é uma hipótese que paira no ar. Dono da cadeia de lojas de roupa renegoceia com principais credores
Isaak Andic está em negociações com os credores para tentar renegociar os prazos da dívida e reduzir o valor dos juros. A seu pedido, foi incluída uma nova cláusula que abre portas à venda.
Isaak Andic, o fundador e maior acionista da cadeia de lojas de roupa Mango, sentou-se com os principais credores, os bancos Santander, CaixaBank e Sabadell, para tentar renegociar os prazos da dívida e baixar o valor dos juros, avançou o espanhol El Confidencial. Pela primeira vez, vai ser incluída uma cláusula de “mudança de controlo”, o que, para os credores, pode ser o primeiro passo para uma possível venda por parte do empresário espanhol.
A família Andic pretende estender o prazo das dívidas no valor de 500 milhões de euros, que deveria vencer entre 2019 e 2020. Cerca de 170 milhões de euros têm uma data de pagamento já no próximo ano e os restantes 330 milhões devem ser amortizados dentro de dois anos. O fundador da Mango espera também conseguir reduzir a taxa de juros da sua atual dívida, de forma a adequar o valor a um ambiente de juros mais baixos e com maior facilidade de acesso ao financiamento. No entanto, a redução dependerá da evolução das contas da marca de roupa espanhola.
A inclusão da cláusula de “mudança de controlo” é, no entanto, o que está a dar mais que falar. O termo, que será incluído no novo empréstimo sindicado, permite que os credores exijam o cancelamento do crédito ou que o renegoceiem com o comprador, caso o proprietário venda a empresa. O pedido de Andic está a ser interpretado como uma possível intenção de venda da empresa.
As negociações, que ainda se encontram em fase inicial, acontecem depois de, pela primeira vez na história, a Mango ter apresentado prejuízos. Em causa está um resultado líquido negativo de 61 milhões de euros, o que, de acordo com a publicação espanhola, apanhou os credores de surpresa. O lucro operacional da empresa de um dos homens mais ricos da Catalunha também já viu melhores dias, em 2017 foi reduzido para 77 milhões, em comparação com 170 milhões no ano anterior. No entanto, a empresa já afirmou que este ano seria bastante melhor, esperando um EBITDA estimado em cerca de 150 milhões de euros. Os números serão, ou não, confirmados durante as próximas semanas, quando as contas oficiais da Mango forem apresentadas.
Em Portugal, no passado mês de novembro, a Mango fez a sua grande aposta, com a abertura de uma flagship store. Tem 1.000 metros quadrados, fica nos Restauradores, Lisboa, e é considerada a loja mais importante da Mango no país. No momento da abertura, os responsáveis afirmavam que Portugal era um país muito importante para a empresa, até porque foi o primeiro mercado para o qual a marca internacionalizou o negócio. Lisboa conta com sete lojas e, ao todo, há 55 espalhadas pelo país. Portugal representa 2% da faturação da marca catalã, o que faz com que esteja no Top 10 dos mercados mais importantes para a família Andic.
A flagship de Lisboa foi a terceira da marca, só ainda Nova Iorque e Madrid tinham uma loja que seguia este conceito.
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