Em Nova Iorque, motoristas da Uber vão passar a receber um salário mínimo
Preocupado com as condições dos trabalhadores e com o aumento de tráfego na cidade, o Conselho de Nova Iorque vai limitar a contratação de motoristas a empresas como a Uber ou a Lyft.
Enquanto Portugal dá luz verde à “lei da Uber“, os Estados Unidos já estão um passo à frente. O Conselho de Nova Iorque (responsável pelas leis da cidade) aprovou na maioria um projeto-lei que limita o número de condutores contratados por este tipo de empresas de transporte, e ainda as obriga a pagarem um salário mínimo aos trabalhadores, avança o Business Insider (conteúdo em inglês).
A aprovação deste projeto-lei — com 36 votos a favor e seis contra –, é vista por empresas como a Uber ou a Lyft (principal rival da Uber) como uma afronta, levando mesmo a uma campanha nas redes sociais com a hashtag #Don’tStrandNYC. Com esta medida, todos os motoristas passarão a receber o salário mínimo de 13 dólares (11,2 euros) por hora, para além de as empresas ficarem proibidas de contratar novos trabalhadores durante um ano.
Na base destas suspensões — que terão início 120 após o projeto-lei entrar em vigor –, estão estimativas que mostram que 80 mil motoristas de Nova Iorque não recebem o salário mínimo. Para além disso, o Conselho mostra-se preocupado com o aumento do tráfego na cidade, tal como estima Bruce Schaller, analista de transportes (160% do aumento do tráfego é devido a esse tipo de serviços).
“Estes cortes radicais nos transportes vão levar os nova-iorquinos de volta a uma fase de dificuldades para encontrar boleias, especialmente para as comunidades localizadas nos bairros periféricos“, disse Joseph Okpaku, vice-presidente de políticas públicas da Lyft, citado pelo BI. “Nós nunca vamos parar de trabalhar para garantir aos nova-iorquinos o acesso a transporte confiável e acessível em todos os bairros“.
Relativamente à Uber, esta também esteve recentemente no centro das atenções do Conselho de Nova Iorque, quando o Conselho de Seguro-Desemprego determinou que a empresa devia fornecer benefícios de desemprego aos motoristas, passando a classificá-los como funcionários em vez de “trabalhadores independentes”. Numa declaração emitida pelos advogados da Uber, a empresa afirma que diminuir o número de veículos não vai diminuir a procura, e acabará por tornar os preços mais altos e as esperas pelas viagens mais longas.
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