Salvini aponta o dedo à UE por queda de ponte em Génova

O vice-primeiro ministro italiano aproveitou o momento do desastre da ponte em Génova para apontar o dedo à União Europeia. Salvini questiona se as restrições externas impediram a segurança nacional.

O vice-primeiro ministro e ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, valeu-se da queda da ponte em Génova para questionar se o país deve ou não respeitar as restrições orçamentais implementadas pela União Europeia (UE). “A queda de uma ponte suspensa com cerca de 50 anos em Génova prova a importância de que o investimento público tem em Itália”, disse Salvini em declarações prestadas a jornalistas esta terça-feira, em Catania, na Sicília.

Foi desta maneira que o líder do partido nacionalista de extrema-direita italiano Liga apontou o dedo à UE, ao sugerir que os limites de gastos que lhes são impostos colocaram agora várias vidas em risco, por estarem impedidos de investir em obras públicas. “Se as restrições externas nos impedem de gastar para termos estradas e escolas seguras, então é caso para questionar se seguir essas regras fará sentido“, afirmou Salvini. “Não pode haver troca entre as regras orçamentais e a segurança dos italianos“.

Em causa está o colapso de um viaduto rodoviário em Génova, na ponte Morandi. Até ao momento, a queda já provocou 39 mortes e 16 feridos, dos quais 12 em estado grave, e terá acontecido devido a uma falha estrutural. O primeiro-ministro italiano também já declarou 12 meses de estado de emergência, segundo a agência de notícias italiana Adnkronos (conteúdo em italiano).

O número dois de Giuseppe Comte aproveita agora este desastre para fazer pressão e debater as suas exigências, já depois de anteriores governos terem solicitado que certos investimentos ficassem excluídos das restrições europeias.

O acidente acontece numa altura em que a coligação de centro-direita que governa em Itália se prepara para definir o orçamento para 2019. Salvini e Luigi di Maio, do Movimento 5 Estrelas, seu aliado, têm estado a exigir que a UE seja flexível nas regras sobre as metas do défice para que possam aumentar os gastos e reduzir os impostos.

No acordo de coligação apresentado em maio, os partidos comprometeram-se a atingir um acordo com outros membros da UE e a Comissão Europeia para excluir alguns investimentos do cálculo do défice para permitir “consolidar o crescimento económico e o desenvolvimento do país”.

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