Qual é a maior empresa exportadora em Portugal?
Quando a maior exportadora trava a produção por algum motivo, a economia abranda. Por isso, tem um papel decisivo para a evolução do PIB.
Sempre que se fala em pôr a economia a crescer fala-se também em pôr as empresas a exportar. E daí até pensar quem são as empresas que mais podem contribuir para este objetivo vai um saltinho. Os nomes que aparecem no ranking das empresas que mais vendem para o exterior são bem conhecidos. Mas o que têm estas empresas de especial? E qual delas é a líder das exportadoras?
Em 2017, foi a Galp que ocupou a primeira posição na lista das maiores exportadoras. Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que a petrolífera era também a líder das exportadoras no ano anterior. O INE não revela qual o valor exportado pela empresa e a companhia liderada por Carlos Gomes da Silva também não. Fonte oficial da petrolífera adianta apenas que em cada um destes dois anos a empresa vendeu para fora do país cerca de 7,7 milhões de toneladas de produtos.
E o que significa isto de ser a maior exportadora? Significa, por exemplo, que já houve momentos em que paragens de produção na petrolífera mostraram uma economia com sinais de constipação. Em novembro de 2016, quando o INE revelou os dados do terceiro trimestre desse ano, os economistas mostraram-se agradavelmente surpreendidos, recordando que nos trimestres anteriores a economia tinha tido penalizada por paragens na refinaria de Sines.
Por outro lado, se a Galp lidera a lista das maiores exportadoras, ocupa também a lista das maiores importadoras, o que reduz assim o contributo da empresa para as exportações líquidas das importações — um indicador bem melhor quando é preciso aferir o contributo de uma empresa para as exportações.
Em 2017, e ainda segundo os dados do INE do ranking das maiores exportadoras, em segundo lugar ficou a Autoeuropa e em terceiro a Navigator. Um ano antes, a empresa que produz automóveis e a papeleira tinham papéis contrários na tabela das 10 maiores exportadoras.
Os dados oficiais que existem em Portugal para avaliar quem são as maiores exportadoras permitem apenas aferir a exportação de bens. No entanto, para medir a evolução do total de exportações é preciso ter em conta também os serviços que são prestados ao exterior.
No ano passado, segundo contas do Banco de Portugal, que têm em consideração as exportações de bens e serviços, as vendas para o exterior representaram 43,1% do PIB. O Governo tem como objetivo que estas cheguem a 50% do PIB até 2025. O secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, olha para este número como uma espécie de barreira psicológica para não pôr em causa a competitividade da economia nacional.
Nos últimos anos, a evolução das exportações foi assinalável, surpreendendo até o Banco de Portugal, que calcula que as vendas para o exterior ascenderão em 2020 “a um nível 70% superior ao observado antes da crise financeira internacional, sendo que as exportações de turismo mais que duplicam”.
Apesar disso, as exportações estão a perder gás. As contas do Governo indicam que as vendas para o exterior devem crescer este ano 6,3%, um abrandamento face aos 7,8% verificados em 2017. O Executivo acredita que o crescimento do PIB este ano, previsto para 2,3%, deverá resultar do contributo de 2,5 pontos percentuais da procura interna, ao passo que a procura externa líquida dará um contributo negativo de duas décimas.
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