Aliança com o PS? Não, diz Santana Lopes. “PSD é o partido de que sou mais próximo”
Qualquer que seja o resultado das próximas eleições legislativas, Pedro Santana Lopes exclui, à partida, uma coligação com o PS, mas não uma com o PSD.
Pedro Santana Lopes está a meio do processo de recolha das assinaturas de que precisa para constituir o seu novo partido, o Aliança, e já está seguro de que irá cumprir os objetivos. “Não venho para um dígito. Venho para disputar”, garante o antigo militante do PSD, que abandonou o partido mas que admite que este continua a ser aquele que lhe é mais próximo. Aliás, quando questionado sobre a hipótese de apoiar um governo de António Costa, essa hipótese é totalmente colocada de lado; pelo contrário, não rejeita acordos com o antigo partido. “Eu não virei anti-PSD”.
As ideias foram transmitidas, esta segunda-feira, em entrevista à SIC. Pedro Santana Lopes começou por responder às críticas de que tem sido alvo pela saída do PSD. “O sistema partidário não é nenhum clube fechado”, disse, criticando mesmo Marcelo Rebelo de Sousa por se ter pronunciado sobre este assunto. “O Presidente da República gosta de emitir opinião, mas até achei estranho. Fui falar com ele e dizer-lhe que esta opção resultava de uma convicção profunda. Não quis fazer dano a ninguém, fi-lo sozinho”, frisou.
Santana Lopes diz até que seria “mais confortável” criar um novo partido com mais pessoas, mas não quis trazer apoiantes do PSD. “Não quis nenhuma cisão, tomei uma decisão. Não andei a bater à porta de ninguém a dizer ‘venham comigo'”.
Sobre a derrota contra Rui Rio nas eleições diretas do PSD, Santana Lopes desvaloriza os resultados e defende que as suas ideias não foram derrotadas. “Já houve grandes estadistas a dizerem que tinham de mudar partido por causa das suas convicções. Acho que as minhas ideias fazem falta a Portugal”, salientou.
Assim, o antigo primeiro-ministro garante vir para vencer eleições. “Eu vim para ganhar ao dr. António Costa. Se os outros não querem ganhar, é lá com eles”. E atira a quem critica a sua insistência na política: “Se dizem que sou uma cara antiga que só defende coisas velhas, por que é que se incomodam?”.
Santana Lopes acredita, assim, que os resultados do Aliança serão positivos já nas eleições europeias, que antecedem as legislativas no próximo ano. “Nem em diretas, nem na candidatura à Câmara Municipal de Lisboa, nem na Figueira da Foz, nunca senti uma adesão como a que estou a sentir”, diz. E reforça: “Não venho para um dígito. Venho para disputar”.
Qualquer que seja o resultado, está excluída, à partida, uma coligação com o PS, mas não uma com o PSD. “Não”, é a resposta curta à pergunta sobre se estaria disponível para “dar uma mão” ao PS num governo. “Se há coisa que tenho dito ao longo destas décadas é que acho um erro um bloco central. O que quero é trabalhar para construir uma alternativa. Eu não virei anti-PSD. O partido de que estou mais próximo é o Aliança, mas a seguir será o PSD. Continuo a considerar-me um social-democrata de inspiração liberal”, é a resposta longa.
Seja como for, Santana Lopes admite que, se os resultados assim o ditarem, assumirá o cargo de deputado na Assembleia da República. “Já disse que o trabalho de deputado não me fascina, prefiro o trabalho executivo. Mas, se tiver de ser candidato à Assembleia da República, com certeza que serei. Já fui presidente da Câmara de Lisboa e aceitei ser vereador na oposição”, recorda.
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