Rio nega divisões na direção do PSD e que tenha proposto um aumento da carga fiscal
Rio rejeita divisões no núcleo duro do PSD, insiste no diálogo entre partidos e diz que o CDS não percebeu o que ele próprio disse sobre a tributação das mais-valias imobiliárias.
O presidente do PSD rejeitou este sábado a existência de divisões dentro da sua direção, insistiu na defesa de uma abertura ao diálogo com todas as forças políticas e criticou o “ruído” vindo dos corredores da política. Rui Rio garantiu ainda que a proposta do partido para tributar as mais-valias imobiliárias não representa um aumento da carga fiscal.
Estas posições foram assumidas por Rui Rio numa conferência de imprensa, num hotel de Lisboa, com o presidente do Partido Popular (PP) espanhol, Pablo Casado.
Confrontado com notícias de que as divisões no interior do PSD chegaram já à própria Comissão Permanente dos sociais-democratas, Rui Rio respondeu de forma sumária: “Se os pressupostos da pergunta fossem verdadeiros, eu teria de estar não preocupado, mas, antes, muito preocupado”.
“Mas como os pressupostos da pergunta não são verdadeiros, eu não estou preocupado com isso“, disse.
Interrogado sobre a forma como se tem posicionado no quadro político nacional, o presidente do PSD voltou a rejeitar soluções de Governo com o PS num quadro de normalidade democrática, mas insistiu na necessidade de os sociais-democratas rejeitarem uma atitude sectária face a propostas provenientes de outras forças política.
“Aquilo que sempre defendi – e repito – é que uma coisa é a disponibilidade para o diálogo com todos os partidos, sem exceção, respeitando todos, em nome daquilo que Portugal precisa, em nome de reformas que têm de ser feitas e que só podem ser concretizadas com maiorias alargadas à escala parlamentar. Outra coisa completamente diferente é a disponibilidade para participar em coligações com partidos como o PS”, afirmou.
Na perspetiva do presidente do PSD, qualquer pessoa de bom-senso percebe” aquilo que está a defender.
“Acho que, tirando este ruído dos corredores da política, o povo português percebe isto como ninguém. Temos de estar disponíveis para colaborar em nome do interesse nacional e não se adotar o princípio de à partida estar-se contra tudo e contra todos”, frisou.
Para Rui Rio, não se devem excluir soluções de Governo excecionais em situações extraordinárias do ponto de vista institucional, tal como admitiu poder estar a acontecer em Espanha.
Mas Portugal, em 2018, do ponto de vista institucional, de acordo com o presidente do PSD, não se encontra nessa situação excecional.
Rio nega aumento da carga fiscal e diz que CDS não percebeu proposta do PSD
Rui Rio desvalorizou também as críticas do CDS-PP à sua proposta no sentido de defender a introdução de uma progressividade na tributação de mais-valias imobiliárias em sede de Imposto sobre o Rendimento Singular (IRS), penalizando mais os processos especulativos de compra e venda rápida.
O presidente do PSD rejeitou que tenha proposto um aumento da carga fiscal no âmbito do Orçamento do Estado para 2019.
“O CDS comentou com base num não entendimento, dizendo que vai aumentar a carga fiscal. Não há nenhum aumento da carga fiscal. Nem sequer entenderam bem aquilo que foi dito“, respondeu. O objetivo da proposta é penalizar mais quem transaciona casas mais rapidamente.
O presidente do PSD considerou ainda prioritária a concretização da União Bancária, com a criação de um fundo de garantia de depósitos à escala europeia, e classificou como fundamental o equilíbrio orçamental na zona euro.
Perante os jornalistas, o presidente do PSD referiu que, na próxima semana, antes do Conselho Europeu, participará na Áustria numa reunião de líderes do Partido Popular Europeu (PPE), durante a qual defenderá a necessidade de uma conclusão rápida da União Bancária no âmbito da reforma da União Económica Monetária.
“Países como Portugal e Espanha têm a ganhar se a União Bancária se concretizar, designadamente a questão referente ao Fundo de Garantia de Depósitos à escala europeia. Hoje, o fundo de garantia tem apenas uma escala nacional – o que é muito mais débil em comparação com o projeto de União Bancária”, disse.
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