BFA gera mais valia de 8 milhões ao BPI

A venda de 2% do BFA por parte do BPI à Unitel e a consequente perda de controlo na instituição angolana gera uma mais valia de 8 milhões de euros. O impacto nos rácios é reduzido.

A venda pelo BPI de 2% do capital do BFA à Unitel vai gerar uma maia valia de 8 milhões de euros para o banco de Fernando Ulrich. A informação consta de um documento apresentado esta noite pelo BPI à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Segundo o documento, a operação acordada a 7 de outubro entre o BPI e a Unitel, para a venda de 2% do capital do BFA à operadora angolana pelo montante de 28 milhões de euros, e que implica a perda de controlo por parte da instituição nacional no banco angolano (diminuindo de 50,1% para 48,1%), caso tivesse sido efetuada a 30 de setembro implicaria “uma mais-valia nas contas consolidadas do Banco BPI de 11 milhões de euros”.

Este valor adianta o BPI resulta da diferença “entre o valor da venda (28 milhões de euros) e o valor correspondente a 2% dos capitais próprios do BFA nessa data”. O banco de Ulrich adianta ainda que “a mais-valia líquida de impostos seria de 8 milhões de euros”.

Já nas contas individuais do BPI, a mais-valia gerada seria de 27 milhões de euros face ao custo de aquisição da participação, podendo dar lugar ao pagamento de 3 milhões de euros de impostos em Angola (10 % da mais valia).

Com a operação que visa terminar com a exposição aos grandes riscos de Angola por parte do BPI, uma imposição do Banco Central Europeu, a participação do BPI no BFA passa a ser registada pelo método de equivalência patrimonial, o que implica que nas contas consolidadas do banco de Fernando Ulrich deixem de ser reconhecidos todos os ativos e passivos do BFA, passando a participação no BFA a ser registada integralmente na rubrica “Investimentos em associadas e filiais excluídas de consolidação”.

O BPI vai mais longe e faz a análise do impacto da venda e da alteração do método de consolidação para a equivalência patrimonial nas demonstrações financeiras caso a operação tivesse sido realizada no final do terceiro trimestre. Assim, e segundo dados proforma o banco de Ulrich em vez do lucro de 183 milhões que reportou, teria registado 25 milhões de prejuízos. A penalizar as contas estaria o lucro afeto à atividade internacional que diminuía de 125 milhões de euros para 84 milhões de euros negativos. Já o produto bancário passaria dos 908 milhões reais para 737 milhões de euros

 

Impacto reduzido nos rácios de capital

O impacto da venda do BFA faz-se sentir também ao nível dos rácios de capital. Com o referencial mais uma vez a ser a data de 30 de setembro, o banco adianta que a “alteração do método de consolidação para a equivalência patrimonial teriam um impacto positivo de 0,2 pontos percentuais no rácio de capital do Banco BPI (phasing-out).

O banco alerta ainda que o contributo do resultado líquido do BFA (48,1%) para o lucro consolidado do Banco BPI não irá beneficiar o core Tier 1 e os fundos próprios do BPI, porque aumentar também o valor da participação de 48,1% do BFA a deduzir aos fundos próprios.

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