Garantias de Costa não tiram força à greve da Função Pública, diz sindicato
O primeiro-ministro abriu a porta a uma atualização salarial para os funcionários públicos na mesma semana em que os sindicatos marcaram greve na Função Pública para 26 de outubro.
“Se nos vierem com aumentos salariais simbólicos um dia de greve é pouco”. Quem o diz é José Abraão, líder da Fesap, um dos sindicatos da Função Pública que na próxima semana volta ao Ministério das Finanças para uma nova reunião sobre o Orçamento do Estado para 2019.
Neste momento, o sindicalista aguarda a contraproposta do Governo, depois de já terem sido entregues os cadernos reivindicativos para o próximo ano. “Fizemos uma proposta de aumento de 3,5% mas mostrámos disponibilidade para discutir aumentos nominais”, disse ao ECO.
Confrontado com as garantias deixadas esta sexta-feira pelo primeiro-ministro, de que pode haver um aumento “efetivo” nos salários em 2019, José Abraão mostrou satisfação com esta abertura, mas avisou que não se contentarão com aumentos que sejam “simbólicos”.
E o que são aumentos simbólicos? Abraão não quis abrir o jogo reservando essa discussão para a mesa negocial. Agora espera um documento do Governo que explique quais as hipóteses em cima da mesa. “Esperamos uma proposta concreta.”
Na terça-feira, a Frente Comum afeta à CGTP e que também está nas negociações com o Ministério das Finanças, marcou uma greve na Função Pública para 26 de outubro. Em causa está o facto de desde 2009 os trabalhadores da Função Pública não terem atualização salarial.
Na quinta-feira, o líder parlamentar do PS, Carlos César, admitiu estar a ser estudada a hipótese de aumentos, pelo menos para os salários mais baixos, mas o ministro do Trabalho, Vieira da Silva, referiu depois que o Governo está a estudar “todas as hipóteses”.
Em 2009, os salários da Função Pública tiveram uma atualização de 2,9%. Para o próximo ano está já previsto um aumento de despesa com a Função Pública de 3,7%, decorrente do descongelamento das carreiras, o que significa um aumento salarial de 3,1%, segundo contas das Finanças do início do mês. Esta semana, Costa admitiu que, só com o efeito das medidas já adotadas, o aumento salarial rondará os 2,9%. O Ministério das Finanças continua sem esclarecer ao ECO a diferença entre estes dois números.
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