Trichet afasta mutualização da dívida europeia

Em entrevista à RTP, o antigo presidente do BCE considera que a junção da dívida soberana europeia não é viável no atual cenário. Diz ainda que a dívida portuguesa pode ser sustentável e gerível.

O antigo presidente do Banco Central Europeu, Jean Claude Trichet, considera que a mutualização das dívidas soberanas europeias não é um cenário concretizável. Em entrevista à RTP, Trichet afastou essa possibilidade. E falou sobre Portugal. É preciso reduzir a dívida para que esta possa ser sustentável e gerível.

“Reservo a possibilidade para a futura dívida, para o futuro funcionamento da Zona Euro, ter essa possibilidade de um nível de mutualização, mas para a dívida contraída penso que temos de o esquecer, na minha opinião, em termos de viabilidade política“, disse o antigo responsável do banco central à estação pública de televisão à margem da reunião da comissão trilateral que decorreu em Lisboa entre 11 e 13 de novembro.

A junção das dívidas soberanas europeias num pacote único tem sido uma ideia defendida, com o objetivo de fazer baixar o risco associado a alguns países do Velho Continente, como o caso de Portugal.

O antigo presidente do BCE considera que aquilo que Portugal tem de fazer, é sim apostar na redução do peso do dívida pública no PIB. “O que têm de fazer é reduzir regularmente a dívida, em proporção do PIB”, salientou Trichet. Este é, aliás, segundo Trichet, um dos elementos chave para que a dívida portuguesa se torne sustentável e gerível.

Se demonstrarem que a vossa política macroeconómica está a permitir a redução da dívida […] mas que diminua regular e consistentemente, aí estão a tranquilizar os vossos economizadores, também estão a tranquilizar os potenciais investidores e economizadores no resto da Europa e no resto do mundo. E então será sustentável“, diz.

Trichet salientou ainda o papel desempenhado por Portugal durante a crise financeira do país. “Portugal tomou um conjunto de decisões corajosas para recuperar, primeiro o crédito e, segundo, a competitividade”, diz Trichet, considerando que o processo “foi muito bem feito” e que “permitirá a longo prazo um país muito próspero”.

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