BCP derrapa 3%. Bolsa de Lisboa cede à pressão externa
Sessão bolsista europeia também se iniciou com perdas acentuadas após a pressão vendedora que varreu as praças asiáticas. Pesos pesados nacionais cedem com força.
Já se esperava um início de sessão turbulento no arranque da sessão lisboeta, após o dia caótico que se observou nas praças asiáticas. E aí está: a bolsa nacional abriu a cair mais de 1% esta quinta-feira com quase todas as cotadas sob elevada pressão. Destaque negativo para os pesos pesados, como o BCP. As ações do banco tombam mais de 3%.
O PSI-20, o principal índice português, recua 1,28% para 4.972,16 pontos, numa sessão que não se avizinha nada fácil para os investidores. Isto porque as bolsas mundiais foram varridas por um intenso sell-off que levou a que as bolsas chinesas tombassem mais de 4% e os analistas do Commerzbank perguntaram: “Correção saudável ou quinta-feira negra?”. As ações do BCP são das que mais sofrem em Lisboa: recuam 3,45% para 0,219 euros.
Apenas duas cotadas abriram o dia em alta, sendo um dos casos a Navigator. Os títulos da papeleira somam 1,3% para 3,95 euros, depois de ter revelado que foi notificada pelo Departamento do Comércio dos EUA que a taxa anti-dumping final a aplicar retroativamente nas vendas de papel para o mercado norte-americano foi revista em baixa para 1,75% — as autoridades queriam aplicar, numa fase anterior, uma taxa de 37,34%.
Mas o dia é mesmo de perdas para a generalidade das cotadas nacionais. São 15 os títulos que seguem abaixo da linha de água. Pharol e Mota-Engil perdem mais de 5%. Entre as grandes cotadas também há baixas de peso: a Galp cede 1,73% e a Jerónimo Martins recua 1,7%.
Os tons de vermelho também pintam a realidade das principais praças financeiras na Europa, com os investidores a revelarem elevada aversão ao risco. O Stoxx 600, o índice de referência europa, desliza 1,57% para mínimos desde janeiro do ano passado (20 meses). Em Paris, Milão e Frankfurt as quedas rondam os 1% e 1,5%, enquanto Madrid perde 1,70%.
“A queda dos mercados americanos e o seu rápido contágio às bolsas asiáticas deverão intensificar a aversão ao risco no Velho Continente. Esta aversão ao risco deverá agravar algumas tendências que têm marcado a atual conjuntura”, dizem os analistas do BPI no Diário de Bolsa.
“Um desses padrões é o alargamento do spread entre as taxas de juro alemãs e as yields dos países do Sul da Europa (sobretudo as italianas)”, acrescentam.
Nos mercados obrigacionistas, os juros da dívida de Itália a 10 anos sobem quase cinco pontos para 3,558%, com a ameaça de descida do rating a preocupar os investidores. Já as taxas portuguesas na mesma maturidade deslizam ligeiramente para 1,954%.
(Notícia atualizada às 8h31)
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