Europa envelhecida eleva o risco de recessões longas, alerta BCE

O envelhecimento da população na Europa é uma preocupação para o economista-chefe do BCE. O impacto nas taxas de juro deixa a economia mais vulnerável a recessões e dificulta a recuperação.

O Velho Continente está a fazer jus ao nome, o que pode representar um problema para a economia. O economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE) alertou para o efeito do envelhecimento da população na economia, nomeadamente para o risco de provocar recessões mais longas.

A evolução demográfica na Europa já está a baixar as taxas de juro, o que por sua vez pode significar que “as recessões duram mais, e a recuperação pode ser mais lenta e superficial, com um risco mais alto de não cumprir as metas”, disse Peter Praet, em Madrid, citado pela Reuters (acesso livre/conteúdo em inglês).

Com estas taxas, o BCE fica com menos poder de manobra, e o risco de não atingir as metas para a inflação, algo que já aconteceu nos últimos cinco anos, aumenta. O objetivo de “quase 2%” só deverá ser alcançado depois do fim da década. A taxa de inflação anual subiu, em setembro, na zona euro para os 2,1% e na União Europeia (UE) para os 2,2%, face ao mesmo mês de 2017, divulga esta quarta-feira o Eurostat.

 

O economista indica ainda que se deveria ter cuidado em colocar permanentemente um fardo pesado nos bancos centrais, ao implementar ferramentas para contrariar problemas que são causados por ineficiências estruturais económicas e financeiras“.

As mudanças demográficas da população do Velho Continente têm levado a mais poupanças, a um baixo crescimento da produtividade, e a uma subida no número de pensionistas em relação aos trabalhadores ativos. Entre as possíveis soluções apontadas por Praet, para compensar a situação, está a subida da idade da reforma, e políticas que incentivem o trabalho e a produtividade, por exemplo através do investimento em formações mais eficazes.

Mesmo assim, o economista do BCE aponta para que, através da política de reinvestimento, e das orientações futuras sobre as taxas, se possa impulsionar a inflação para a meta. Para Praet, esta é uma “combinação eficiente de instrumentos, para suportar um regresso duradouro da inflação para abaixo, mas próximo, de 2%”

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