Poupar por objetivos
A taxa de poupança das famílias portuguesas está em mínimos históricos. Houve uma queda acentuada entre 1995 e 2017, passando a taxa de 12,9% para uns escassos 5,1%.
Bastaria a necessidade de colmatar o gap entre os salários e as pensões, para justificar um reforço da poupança dos portugueses que lhes possibilitasse uma transição mais serena entre a vida ativa e a reforma. Sabemos, porém, que essa consciência não está disseminada e que, frequentemente, só demasiado tarde as pessoas despertam para essa realidade. Por isso importa, ajudar a incentivar os hábitos de poupança desde as idades jovens, não só para fazer face às incertezas que poderão vir a enfrentar ao longo da vida (reforma, acidentes, doenças…), mas sobretudo para ajudar a realizar os seus projetos de vida.
Não será a vida pessoal e profissional de cada um de nós determinada em grande medida pelos objetivos que vamos estabelecendo ao longo da mesma? Os hábitos de poupança devem contribuir para alcançar esses objetivos, sendo que as seguradoras têm uma responsabilidade especial em fazer despertar esta necessidade e em disponibilizar instrumentos de poupança que permitam almejar níveis de rendibilidade que incentivem a decisão de poupar.
A poupança não é mais do que a parcela da renda ou do património que não é gasto no período em que é recebido e, por consequência, é guardado para ser utilizado num momento futuro. Para o cidadão comum a maior parte do capital de que consegue dispor vem da poupança e não do resultado do seu investimento.
Poupar exige esforço e disciplina para contrariar os apelos da sociedade de consumo, que conduz a gastos supérfluos. As pessoas terão que assumir alguns compromissos de aforro, criar uma rotina e separar periodicamente um valor para poupança. É como pagar o crédito à habitação, assumir e cumprir disciplinadamente.
Uma estratégia pode ser a definição de objetivos de Poupança: uma viagem, uma formação, renovar a casa, criar um pecúlio, o que for importante para nós e nos motive a “atirar” capital para o futuro.
Depois é preciso determinar o valor desse objetivo, quanto capital será necessário. Em seguida temos que saber qual o montante que podemos por de lado em cada mês, o nosso esforço.
Imaginando que queremos fazer uma viagem com um custo estimado de quatro mil euros. Sabemos que conseguimos poupar 100 euros por mês. Quantos meses são precisos? 4000/100 = 40. Se formos regulares chegamos lá em 40 meses, ou seja em três anos e quatro meses. Admitindo que podemos ter alguns meses com imprevistos em que não conseguimos poupar, e que isso acontecerá uma vez em cada 10, temos de acrescentar quatro meses. Assim, dependendo só da poupança, podemos atingir o nosso valor objetivo em três anos e oito meses. Contar com os imprevistos ajuda a reduzir a frustração e a viver uma experiência melhor.
E agora? O ideal é isolar essa poupança numa aplicação separada. Desta forma podemos programar as entregas mensais e controlar o valor poupado em cada momento, medindo a distância ao objetivo.
É possível definir vários objetivos de poupança, mas a carga de esforço deve ser sustentável para evitar desistências e assim sentir a recompensa do sacrifício do ato de poupar, ao atingir e realizar o objetivo.
As vantagens da poupança por objetivos serão: o aumento da motivação, sabermos para que estamos a fazer o esforço; a alegria de chegar ao momento da satisfação da necessidade e ter o capital necessário; e evitar custos desnecessários com o recurso ao crédito.
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