Certificados do Tesouro continuam a atrair milhões. Aforro perdem há 23 meses
O investimento em certificados cresceu em 127 milhões de euros em setembro, suportado pelos certificados do Tesouro. Já os certificados de aforro perderam 7 milhões no 23.º mês de resgates.
O investimento em produtos de poupança do Estado voltou a aumentar. O montante aplicado em certificados cresceu em 127 milhões de euros em setembro, suportado pelos certificados do Tesouro enquanto os certificados de aforro perderam sete milhões no 23.º mês consecutivo de resgates. No acumulado do ano, o saldo é positivo, com as famílias a financiarem o Estado em mais de 1.100 milhões só através destes dois produtos.
De acordo com os dados do Boletim Estatístico do Banco de Portugal, os certificados de aforro viram sair sete milhões de euros, enquanto os certificados do Tesouro, os Certificados do Tesouro Poupança Crescimento (CTPC), captaram 134 milhões de euros. Em termos líquidos, através das famílias, o Estado conseguiu 127 milhões de euros de financiamento, em setembro.
Evolução dos certificados no último ano
Fonte: Banco de Portugal
O nível de captação de poupanças dos portugueses recua assim face aos 164 milhões de euros registados em agosto. Para além disso é também o mais baixo dos últimos cinco meses. Seria necessário recuar até abril para assistir a um valor mais baixo: 114 milhões, em termos líquidos.
Os valores registados em setembro elevam, para 1.158 milhões de euros, o montante de financiamento captado pelo Estado através dos certificados do Tesouro e de aforro no acumulado do ano. Mas face ao verificado no período representa uma quebra de mais de mil milhões de euros. Nos nove primeiros meses do ano passado, as aplicações em certificados tinham ascendido a 2.189 milhões de euros.
Mas o abrandamento do nível de captação verifica-se pelo quarto consecutivo, em linha com a sucessiva perda de atratividade dos retornos oferecidos, não só nos certificados de aforro como também dos de Tesouro.
Verifica-se, aliás, uma reorientação do estado no que respeita à captação de poupanças junto dos aforradores. Tal é percetível na proposta de Orçamento do Estado para 2019. O executivo liderado por António Costa antecipa uma procura líquida negativa pelos certificados em 1.000 milhões de euros no próximo ano, penalizada sobretudo pelas amortizações de 2.900 milhões de euros que terá de proceder no próximo ano relativamente aos primeiros Certificados do Tesouro Poupança Mais (CTPM) que atingem vão atingir maturidade.
Por oposição, o Estado prevê angariar mil milhões de euros através das Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV). Tal permitirá anular a quebra esperada nas aplicações em certificados.
(Notícia atualizada às 11h39 com mais informação)
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