Um SUV pode ser desportivo? O X4 é a prova
SUV, SUV e mais SUV. Há para todos os gostos, até para aqueles que não dispensam as emoções fortes. E a BMW sabe fazê-los. Acertou na primeira versão, mas aprimorou o caráter desportivo com o novo X4.
A BMW tem cada vez mais X. Ao mesmo tempo que revela o X7 (e em que se começa a desenhar o X8), a marca da Baviera vai aumentando a oferta, com o X2, mas também renovando os restantes SUV. Há um X1, um X3 e X5 de “cara lavada”, mas começou agora a atualização dos mais desportivos dos X. E começa bem. O X4 está ainda mais coupé, mas também mais musculado. Está feito um “monstrinho” cheio de vontade de devorar asfalto.
Saltam à vista as diferenças entre a primeira e esta segunda geração. O look agressivo da dianteira ganhou ainda mais expressão com os rasgos mais proeminentes no para-choques, mas também nos “rins” de maiores dimensões ladeados por um par de óticas que segue a assinatura dos restantes modelos da BMW. O novo X4 tem uma expressão mais intimidadora que ganha força com os “músculos” que ganhou. Foi, claramente, ao ginásio.
Está mais encorpado. E isso é verdade de todos os ângulos. Apesar de a linha descendente para a traseira ter subido, sendo menos fluida que na anterior geração, todo o novo desenho da bagageira fez do X4 mais coupé. Os grupos óticos mais esguios, com a chapa de matrícula a afundar-se na traseira, traduzem-se num desenho mais limpo, tornando o SUV claramente mais apelativo do que o seu antecessor.
Mais espaço, muita qualidade
Todo o esforço em termos de design não veio a custo da habitabilidade. Pelo contrário. O X4 está maior do que o mesmo modelo da anterior geração — o comprimento aumentou 7,62 cm, a largura em 3,81 cm e a distância entre eixos cresceu 5,08 cm –, permitindo acomodar perfeitamente cinco ocupantes mais a muita bagagem que queiram levar.
A bagageira do X4 tem 525 litros, mas chega aos 1.430 litros com o rebatimento dos bancos traseiros, o que não é muito menos do que se consegue encontrar num X3, um SUV bem mais tradicional. No interior, desde os bancos ao volante, até à consola central, é tudo igual ao X3. Ou seja, há muita qualidade, seja na pele que envolve os bancos e o volante, seja nos plásticos a bordo. E mesmo o sistema de infotainment — rápido e intuitivo — que se eleva no centro do tablier, não destoa.
Mas este look mais desportivo traz uma etiqueta um pouco maior. O preço começa nos 61 mil euros, mas rapidamente a fatura do coupé ganha velocidade com o sistema de navegação ou mesmo o teto panorâmico, sendo que é com o pack desportivo M que facilmente se chega à meta dos 70 ou 80 mil euros. É um cheque chorudo, mas compensado com emoções fortes quando se senta ao volante.
Muita alma. Até se esquece que é um SUV
Para o X4 estão disponíveis três propostas a gasolina e quatro a gasóleo, que vão desde os 2.0 até aos 3.0 que equipam o M40i e M40d. Mas se os 2.0 a gasolina (com potências de 184 até 252 cv) de entrada de gama pouca expressão deverão ter no mercado nacional, o mesmo não acontecerá com o equivalente a diesel, que começa nos 190 e chega aos 231 cv. O de 190 chega? E sobra.
Acoplado a uma caixa automática Steptronic de oito velocidades, o diesel de entrada responde de forma vigorosa a todos os pedidos do pé direito. É civilizado quanto baste para uma utilização no dia-a-dia, mas também sabe “esticar as pernas”. Por vezes nem parece que estamos ao volante de um SUV com mais de 1.800 quilos. É rápido a arrancar, mas dá especial gozo ver o X4 a ganhar fôlego quando se pressiona o acelerador mais a sério — mas custa muitos euros nos consumos.
Ainda que seja o vermelho que a marca elege para apresentar o novo X4, é “equipado” com o azul que tradicionalmente pinta os desportivos da marca que o SUV passa ainda menos despercebido nas estradas. E ver toda aquela massa passar na faixa da esquerda com tal leveza impressiona muitos do que partilham o asfalto com o novo SUV da marca da Baviera.
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