Vencedores do Web Summit ganharam projeção com evento e já pensam ir para bolsa
Ganhar a Web Summit deu um grande impulso à Lifeina em termos de publicidade e ajudou a tornar a LifeinaBox [primeira produto da companhia] viral, explica o CEO da empresa, Uwe Diegel.
A startup francesa Lifeina, de transporte e armazenamento de medicação e que venceu, em 2017, o concurso para estas empresas em fase inicial na Web Summit diz ter ganho projeção com o evento tecnológico e equaciona entrar em bolsa.
“Ganhar a Web Summit deu um grande impulso à Lifeina em termos de publicidade e ajudou a tornar a LifeinaBox [primeira produto da companhia] viral”, afirmou em declarações à agência o presidente executivo daquela ‘startup’ francesa, Uwe Diegel.
Segundo o responsável, a empresa está “agora a entrar numa fase empolgante do negócio, sendo que os primeiros produtos serão comercializados a partir de janeiro de 2019”.
A ideia para criar a companhia surgiu por brincadeira e por necessidade, visto que Uwe Diegel queria ter um local para armazenar a medicação do irmão, doente crónico, sem ser no frigorífico doméstico e acabou por criá-lo, nunca pensando que se tornaria num negócio.
Aí surgiu a caixa LifeinaBox, um ‘mini frigorífico’ portátil com temperaturas de dois a oito graus centígrados para o transporte de medicamentos, que se tornou no primeiro produto da companhia (estando ainda apenas disponível para pré-reserva por 150 a 250 euros). Foi esta ideia que permitiu que a Lifeina ganhasse, em 2017, o concurso de ‘pitch’ (breve apresentação de uma empresa de três a cinco minutos) na Web Summit. O prémio incluiu um montante de 50 mil euros e o acesso a um programa de incubação.
Assegurando que o propósito da Lifeina não é “fazer dinheiro”, Uwe Diegel admitiu, contudo, que todas as verbas “são bem-vindas” e aplicadas “100% em pesquisa e no desenvolvimento do produto”. Foi isso que fez a companhia composta por seis funcionários e que subcontrata para a produção. De acordo com o gestor, até ao momento existem 9.700 pré-reservas para a caixa LifeinaBox, havendo ainda acordos com a indústria farmacêutica para a disponibilização de 30 mil caixas, essencialmente nos Estados Unidos, contratos que valem, respetivamente 1,5 milhões de euros e três milhões de euros.
“Nós tivemos de parar de aceitar pré-reservas porque estávamos a receber muitas e não estávamos a conseguir dar resposta”, indicou Uwe Diegel. A empresa está, assim, “a apostar na produção em massa” para depois “reabrir as pré-reservas em dezembro” deste ano.
Em curso está também o projeto LifeinaHeart, “para que possamos utilizar a nossa tecnologia para o transporte de órgãos humanos”, assinalou Uwe Diegel, sem apontar uma data para o concluir.
O fundador da empresa revelou que, para o próximo ano, está previsto o lançamento da LifeinaTube e da LifeinaPocket, versões mais pequenas e mais económicas do que o primeiro mini frigorífico.
Prevê-se, ainda, o reforço da aposta nos Estados Unidos, na Austrália e na Europa, países onde já existe “uma estrutura de distribuição e logística”, bem como a contratação de 10 colaboradores. Outro dos objetivos da empresa, ainda sem prazo, é a abertura a outros investidores.
“Até agora somos uma empresa 100% privada, mas num futuro não muito distante imaginamos um IPO [oferta pública inicial] da Lifeina numa bolsa de valores europeia”, adiantou o responsável. Questionado pela Lusa sobre resultados financeiros, Uwe Diegel referiu que isso só poderá ser contabilizado quando os produtos começarem a ser comercializados, mas observou que “o futuro parece amigável”, pelo que se fixou um orçamento de 1,8 milhões de euros para o próximo ano.
A cimeira tecnológica, de inovação e de empreendedorismo Web Summit nasceu em 2010 na Irlanda e mudou-se em 2016 para Lisboa, devendo permanecer até 2028 na capital portuguesa. A edição deste ano realiza-se entre os dias 5 e 8 de novembro.
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