Maioria dos portugueses não consegue faltar ao trabalho para cuidar dos filhos
Para a maioria dos portugueses, cuidar dos filhos não prejudica a vida profissional. No entanto, a maior parte diz que é pouco possível ou impossível faltar dias completos por esse motivo.
Para a maioria das famílias portuguesas, cuidar dos filhos não tem efeito na atividade profissional mas, ao mesmo tempo, é quase impossível faltar ao trabalho pelos mesmos motivos. De acordo com um estudo do Instituto Nacional de Estatística (INE), dos pais que já interromperam a vida profissional para cuidar dos filhos, a maioria foram as mulheres a ficar em casa.
Num universo de cerca de 6.300 pessoas, foram as mulheres que ficaram mais vezes responsáveis por cuidar dos filhos. Dos inquiridos, 50,8% já recorreu a serviços de acolhimento os filhos. Relativamente aos que não optaram por estes serviços, isso é, principalmente, justificado pelo facto de serem os próprios pais a preferirem tratar dos mais pequenos, revela o INE.
Adaptar horários sim, mas faltar não
Relativamente aos trabalhadores por conta de outrem, com filhos menores de 15 anos, mais de metade (55,9%) indicou que, normalmente, é possível alterar os horários de entrada e saída do trabalho em, pelo menos, uma hora para ir a reuniões de pais, consultas, amamentação, etc. Contudo, quando a solução passa por faltar dias completos, a maioria (58,5%) diz que isso é “raramente possível ou mesmo impossível”.
Mas, embora a maioria defenda que faltar é uma coisa pouco aceite, 76,6% dos inquiridos indicou não ter obstáculos à conciliação da vida pessoal com a profissional, sendo as mulheres que mais manifestam essa situação. Quanto aos obstáculos referidos pela outra parte, destacam-se a “imprevisibilidade do horário ou horário atípico”, o “horário longo” e o “trabalho exigente ou extenuante”.
As mulheres foram as que mais interromperam as carreiras
Dos cerca de 6.300 inquiridos, a maioria nunca teve necessidade de interromper a carreira para cuidar dos filhos, enquanto apenas 24,5% teve essa necessidade. E, nessa fatia, as mulheres foram as que mais passaram por isto (39,8%), comparando com 8,1% de homens. O inquérito revela ainda que cerca de 1090 pessoas estiveram até seis meses sem trabalhar para cuidar dos mais pequenos, sendo esta a duração máxima referida por ambos os sexos.
Quanto às licenças parentais, a maioria (55,8%) não usou a licença parental alargada, mas gozou a inicial. Apenas uma pequena parte (10,3%) usou as duas licenças, principalmente os homens.
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