Conselho de administração da Nissan demite Carlos Ghosn
O conselho de administração da Nissan votou e decidiu destituir Carlos Ghosn do cargo de presidente da Nissan.
O conselho de administração da Nissan votou e decidiu destituir Carlos Ghosn da presidência da Nissan, avança o The Guardian (acesso livre, conteúdo em inglês). O conselho, composto por sete membros, terá votado em unanimidade. A votação ditou ainda o afastamento de Greg Kelly, outro diretor da Nissan, segundo o jornal japonês Nikkei.
A decisão surge após a detenção de Ghosn por alegada fraude fiscal, na passada segunda-feira em Tóquio. Em causa está uma declaração de salários inferior ao realmente auferidos, que ascenderá a centenas de milhões de ienes. Carlos Ghosn é suspeito de ter “escondido” cinco mil milhões de ienes, o equivalente a cerca de 39 milhões de euros. Os acionistas já estão a reagir à decisão que saiu da reunião do conselho de administração do grupo automóvel. As ações da fabricante francesa Renault estão a cair 0,37% para os 58,78 euros.
De acordo com os procuradores de Tóquio, caso o empresário venha mesmo a ser condenado, a sua pena de prisão pode ser de dez anos.
O porta-voz da Nissan preferiu não comentar a decisão dos responsáveis pelo grupo automóvel, de afastar Ghosn.
Carlos Ghosn, por sua vez, que foi mantido numa cela em isolamento desde a sua detenção, não voltou a ser visto em público e não prestou ainda declarações. Contudo, Ghosn deverá continuar ainda na administração da Nissan. Isto porque o afastamento do empresário do conselho de administração depende da aprovação dos acionistas, que terão de votar no mesmo sentido em assembleia-geral.
Demissão “não vai ter consequências” Portugal
A Renault Portugal disse, esta quinta-feira, que a demissão por alegada má gestão financeira de Carlos Ghosn não terá “consequências” na operação do grupo no país.
“Não comentamos o que está a acontecer. Estamos aqui em Portugal com operações, as operações são portuguesas, são do grupo Renault, não vão ter consequências do que está a acontecer”, disse à agência Lusa o diretor-geral da Renault Portugal, Fabrice Crevola.
Falando à margem do lançamento oficial da Fundação Grupo Renault Portugal, que decorreu no campus da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, em Carcavelos, no concelho de Cascais, o responsável acrescentou: “Depois o futuro dirá o que vai acontecer, mas não vamos comentar”. E vincou que “obviamente” que o funcionamento da Renault Portugal não será afetado.
(Notícia atualizada com mais informação às 12h48)
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