Direita alerta para “sinal de alarme” nas previsões do Banco de Portugal

O Banco de Portugal reviu em baixa as previsões de crescimento para a economia portuguesa, num relatório que o PSD vê como um "sinal de alarme".

Os partidos da direita alertam para a gravidade das projeções do Banco de Portugal (BdP), que pioram as estimativas de crescimento para este ano e para o próximo. O PSD classificou o relatório como “um sinal de alarme”, considerando “incompreensível” a atitude de satisfação do Governo. Para o CDS-PP, o Governo desperdiçou a oportunidade da atual conjuntura.

É para nós um sinal de alarme, é o sinal de que o Banco de Portugal antecipa um aprofundamento da desaceleração da economia”, afirmou a deputada do PSD Inês Domingos, em declarações aos jornalistas no parlamento. A instituição liderada por Carlos Costa reviu em baixa as previsões de crescimento para a economia portuguesa, em duas décimas, para 2,1%. Para 2019, o banco também revê uma nova desaceleração.

A deputada sublinhou que estas projeções do BdP seguem-se a duas outras notícias negativas: a revisão em baixa das previsões da Comissão Europeia para a economia portuguesa e dados do INE, segundo os quais a qualidade da vida das famílias portuguesas “piorou face ao resto da Europa”.

“É uma situação de alarme e, por isso, é para nós incompreensível a posição do Governo e do primeiro-ministro, que se mostram sempre muito satisfeitos com a situação da economia portuguesa”, criticou. “O Governo, seja porque não quer, seja porque não pode, ignorou os nossos avisos e, neste momento, já não é tempo para pedirmos ao Governo para mudar de rumo, é tempo de uma alternativa”, defendeu.

O último relatório do Banco de Portugal mostra uma realidade para a qual “o CDS sempre avisou”, indica o porta-voz João Almeida. “Os dados hoje divulgados pelo BdP confirmam aquilo que o CDS vem dizendo há muito tempo relativamente ao crescimento económico: que Portugal está a perder uma enorme oportunidade de recuperar competitividade”, reiterou no Parlamento.

Para o deputado, este orçamento “confirmou uma política do Governo de aumento da despesa rígida”. Com estas medidas, “ficamos muito mais suscetíveis de, numa conjuntura económica mais adversa, não conseguirmos o equilíbrio que neste momento temos nas contas públicas”, aponta João Almeida.

Siza Vieira não comenta projeções do BdP

O ministro da Economia escusou-se hoje a comentar a revisão em baixa pelo Banco de Portugal (BdP) das previsões de crescimento da economia nacional, preferindo salientar o atual ritmo de desenvolvimento do país.

Pedro Siza Vieira foi confrontado com as projeções do BdP à margem de uma cerimónia do programa REVIVE, em Vila do Conde, lembrando que o atual ritmo de crescimento do país “é algo que não se verificava há muitos e anos que nunca tinha acontecido no século XXI”.

“Não comentamos previsões de outras instituições, mas gostaria de assinalar que estamos a crescer acima de 2% há nove trimestres consecutivos”, afirmou o governante.

O ministro da Economia não se mostrou, por isso, alarmado com os dados revelados pelo BdP, lembrando que “o governo tem as suas próprias previsões, que constam do Orçamento de Estado”.

“Estamos a crescer acima da média da União Europeia, e continuamos a ter projeções muito significativas a nível do crescimento do investimento e da diminuição do desemprego. Há um movimento de convergência com a Europa que nunca se tinha verificado neste século, que continua desde há três anos e que há de continuar nos próximos anos”, antecipou o governante.

 

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