Luz mais barata. Qual o fornecedor que custa menos?

Em 2019 acontece a maior descida do preço da eletricidade em 20 anos no mercado regulado. Os operadores do mercado livre acompanharam a tendência. Fique a saber se compensa mudar de fornecedor de luz.

Ano novo, preços novos. Em 2019, o ritual repete-se e tende a ditar mais despesas para as famílias. No que toca a “acender o interruptor da luz” há, contudo, boas notícias. Após a subida no ano passado, os preços da eletricidade têm o maior corte em 20 anos: 3,5%, em média. A redução ditada para o mercado regulado foi seguida por muitos operadores do mercado liberalizado, com “descontos” que chegam a 6,3%. Dito isto, impõe-se aos consumidores a questão: compensa manter a solução atual, regressar ao mercado regulado ou mudar de fornecedor?

O ECO procurou encontrar uma resposta a essa questão, recorrendo para tal ao simulador de tarifas de energia da Entidade Reguladora de Serviços Energéticos (ERSE). As simulações tiveram em consideração três tipologias distintas de consumo — horário simples, bi-horário e tri-horário –, bem como o cenário de referência considerado pelo regulador na determinação da poupança média na revisão das tarifas de eletricidade para este ano. Ou seja, um consumo médio anual de 2.183 kWh e uma potência contratada de 3,45 kVA. Da análise foram ainda excluídos os tarifários que preveem parcerias e fidelizações, mas também aqueles que incluem programas de reembolsos.

Nas três diferentes tipologias de consumo, o tarifário mais barato é disponibilizado sempre por um operador diferente, sendo que em dois deles — o simples e o bi-horário — as soluções mais em conta são de comercializadores do mercado liberalizado. No tri-horário, a tarifa regulada bate toda a concorrência.

Para a tarifa simples, ou seja, a que não diferencia preços consoante as horas em que o consumo de eletricidade é feito, a Iberdrola é a que apresenta a fatura mais baixa. Optar pelo “Plano casa Iberdrola” representa para o consumidor um custo de 492,39 euros por ano. Por mês, a fatura ronda neste caso os 41 euros.

Custo anual na tarifa simples

Fonte: Simulador da ERSE | Considera os cinco tarifários mais baratos no mercado liberalizado e o tarifário regulado.

 

Em termos anuais, a solução disponibilizada pela energética espanhola é 48,5 euros mais barata do que a tarifa regulada. Optar pelo mercado regulado, apesar da redução média de 3,5% nos preços, implica um custo anual de 530,86 euros. Ou seja, acima de qualquer dos cinco tarifários do mercado liberalizado mais baratos identificados.

O tarifário simples mais barato disponibilizado pela EDP Comercial, que custa 526,98 euros por ano, inclui-se no ranking dos mais em conta, sendo o quarto mais barato. Já o tarifário “Monoelétrico + Cliente” da Gold Energy cuja fatura anual é de 511,69 euros, é o segundo mais económico da análise.

Custo anual na tarifa bi-horária

Fonte: Simulador da ERSE | Considera os cinco tarifários mais baratos no mercado liberalizado e o tarifário regulado.

A Gold Energy destaca-se ainda com a proposta mais económica para a tarifa bi-horária, tendo em conta uma simulação que considerou um consumo em vazio de 40% do total. Optar pela sua solução “Monoelétrico + Cliente” representa uma fatura anual 504,46 euros, um valor inferior, aliás, ao da sua proposta para o tarifário simples. Já a YLCE, marca low-cost de comercialização de eletricidade da Enforcesco, apresenta o segundo tarifário bi-horário mais em conta. A fatura anual do seu produto Enforcerco_YLCE” ascende a 518,93 euros.

Qualquer destes tarifários é mais barato do que a tarifa do mercado regulado que, no cenário considerado, surge em quarto lugar, com um custo anual acrescido de 19 euros face à solução bi-horária da Gold Energy. A EDP Comercial, empresa que tem uma quota de 81% do mercado livre, nem surge entre as cinco propostas mais baratas, apesar de ter decidido acompanhar a descida de 3,5% no preço da eletricidade determinada pela ERSE para o mercado regulado.

Custo anual na tarifa tri-horária

Fonte: Simulador da ERSE | Considera os cinco tarifários mais baratos no mercado liberalizado e o tarifário regulado.

Para quem tenha hábitos de consumo mais adequados a uma utilização tri-horária, o cenário muda radicalmente. Para os clientes dos fornecedores de eletricidade do mercado liberalizado, regressar ao mercado regulado compensa sempre. Considerando uma utilização de 40% do consumo de eletricidade no período vazio e os restantes 60% repartidos por igual nos restantes dois horários (horas de ponta e cheias), a fatura anual no regulado ascenderia a 539 euros, abaixo de qualquer das propostas do mercado liberalizado.

A poupança seria de 54,5 euros anuais face ao tarifário tri-horário mais barato do mercado liberalizado. Em concreto o “Plano PT Live Casa” disponibilizado pela ptLive cuja fatura anual ascende a 593,72 euros. Um pouco mais caro, surge a solução da EDP Comercial que tem o segundo tarifário tri-horário mais barato do mercado liberalizado e que implica o pagamento ao fim de um ano de 597,09 euros na fatura de eletricidade.

Pode fazer as suas próprias simulações, visitando o site da ERSE.

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