Fed atira ações mundiais para o melhor janeiro de sempre. Euro, dívida e petróleo também beneficiam
Jerome Powell colocou o ciclo de subidas dos juros de referência dos EUA em pausa e os mercados globais celebraram. O índice MSCI World acumula já uma valorização quase 7% desde o início do ano.
A Reserva Federal norte-americana garantiu estar preparada para ser “paciente” e, tanto as bolsas globais como o euro, a dívida e o petróleo celebraram. Com os ganhos desta quinta-feira, o índice de ações mundiais MSCI World Stocks, que agrega títulos de 47 países, acumula já uma valorização de quase 7%.
O MSCI World Index, que está avaliado em quatro biliões de dólares, segue em alta há 20 das últimas 23 sessões. Prepara-se, assim, para fechar o melhor janeiro desde a criação do índice, em 1988, e a melhor performance mensal desde outubro de 2015.
Após um fecho de Wall Street com ganhos em torno dos 2% e das bolsas asiáticas terem subido mais de 1%, a Europa acordou também animada pelas palavras de Jerome Powell. O presidente da Reserva Federal dos EUA ter sinalizado que o ciclo de aumentos na taxa diretora, que dura há três anos, poderá entrar em pausa. “Os motivos que justificam novas subidas dos juros estão, de certa forma, a perder força”, afirmou em conferência de imprensa, esta quarta-feira à noite, após a reunião de dois dias de política monetária.
Acrescentou que “dependendo dos dados económicos”, a redução da folha de balanço — que foi insuflada pelos ativos comprados nos estímulos monetários durante a crise — também poderá desacelerar. “A normalização irá terminar proximamente”, sublinhou.
Variações percentuais do MSCI World Stocks nos meses de janeiro desde 2010
Fonte: Reuters
Além das ações, também o euro, o petróleo e a dívida estão a beneficiar das declarações de Powell. “O rally realmente anima todos os barcos”, afirmou Guido Chamorro, gestor de portefólio de mercados emergentes da Pictet, em declarações à agência Reuters.
No mercado de dívida, a yield das Treasuries a 10 anos caiu para 2,66%, em mínimos de duas semanas. Na Europa, o juro das Bunds alemãs e o da dívida benchmark francesa caíram para mínimos de de quatro semanas e dois anos, respetivamente. Também nos países do sul europeu, a tendência foi a mesma. No caso de Portugal, a yield das obrigações a 10 anos desceram para 1,62%, valor que não tocavam desde abril do ano passado.
Nas divisas, o euro está a beneficiar do enfraquecimento da par norte-americana e aprecia-se 0,06% para 1,1487 dólares. Em sentido contrário, o dólar caiu para mínimos de três semanas face às principais pares internacionais.
“Os ativos de riscos estão a dançar nas ruas e o dólar está na rua da amargura“, afirmou o estrategista da Societe Generale, Kit Juckes. “Ainda poderemos ter uma subida dos juros da Fed em junho, mas o que interessa é onde vai a política a médio prazo e o mercado de moeda poderá ultrapassar essa possibilidade e vender o dólar de qualquer forma”.
A descida do dólar está a impulsionar também o mercado petrolífero, que sobe pelo terceiro dia consecutivo (também impulsionado pela crise na Venezuela, que detém as maiores reservas do mundo). O crude WTI negociado em Nova Iorque avança 0,06% para 54,26 dólares por barril, enquanto o brent londrino sobe 0,50% para 61,96 dólares por barril.
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