Fundos imobiliários voltam a perder dinheiro. Saíram 154 milhões

Depois de uma recuperação em 2017, no ano passado os fundos imobiliários voltaram a perder dinheiro, acompanhando a tendência dos anos anteriores. Valor sob gestão mantém-se acima dos 10 mil milhões.

Quando os REIT, sob a forma de SIGI, se preparam para fazer a estreia no mercado nacional, o investimento em imobiliário através dos fundos está a encolher. Depois de terem captado 265 milhões de euros em 2017, de acordo com a Comissão do Mercado de Valores Mobiliário (CMVM), no ano passado estes produtos perderam 154 milhões de euros. A contribuir para este saldo negativo terá estado o encerramento de 12 fundos.

Os 214 fundos de investimento imobiliário existentes tinham, em dezembro do ano passado, um montante sob gestão de 10,6 mil milhões de euros, de acordo com os dados da CMVM. Desse total, 7,73 mil milhões estavam aplicados em fundos de investimento imobiliário (FII), 2,46 mil milhões em fundos especiais de investimento imobiliário (FEII) e 445,8 milhões em fundos de gestão de património imobiliário (FUNGEPI).

Comparando com o ano anterior, que se mostrou um bom ano para estes fundos, 2018 presenciou uma quebra no investimento: o valor sob gestão encolheu em 154,77 milhões de euros, uma descida de 1,43%. Em 2017, o montante sob gestão destes produtos era de 10,79 mil milhões de euros, mas também há que ter em conta que o número de fundos passou de 226 para 214.

Esta descida torna-se mais acentuada quando analisada a evolução de 2016 para 2017. Nesse ano, os portugueses estavam confiantes nestes produtos. Embora o número de fundos imobiliários tenha descido — de 233 para 226 –, o montante aplicado aumentou em 264,97 milhões de euros.

Só os FII captaram dinheiro

Analisando os três tipos de fundos imobiliários disponíveis para investir, os FII foram os únicos que viram os investimentos aumentar, ainda que ligeiramente. Se em 2017 o montante sob gestão era de 7,72 mil milhões de euros, no ano passado esse valor aumentou 0,12% para 7,73 mil milhões. Aqui, o investimento em fundos abertos aumentou 210 milhões de euros, enquanto nos fechados caiu mais de 100 milhões.

Contrariamente, os FEII viram os montantes sob gestão cair de cerca de 2,57 para 2,46 mil milhões, observando-se uma descida tanto nos abertos como nos fechados. No caso dos FUNGEPI, que têm um quinto do valor sob gestão investido em sociedades imobiliárias, observou-se uma quebra de 54,6 milhões de euros.

Nos FII e FEII — apenas nos abertos, ou seja, que permitem a subscrição e resgate em qualquer momento –, cerca de 90% do investimento estava aplicado em construções acabadas, totalizando 3,16 mil milhões. Aqui, a maioria dos imóveis estava destinada a serviços (43,3%) e comércio (22,5%), tendo a habitação um peso de 3,1%, totalizando 98,4 milhões de euros. Mas os terrenos também tiveram um peso de 3,9%.

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