Guaidó saúda reconhecimento de países europeus e pede ajuda humanitária
O autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, fala em dia histórico e salienta que é necessário um Governo de transição para convocar eleições livres.
O autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, sublinhou a importância de construir um Governo de transição para convocar eleições livres face à crise humanitária que se vive no país e agradeceu o reconhecimento concertado de vários países europeus incluindo Portugal.
“Obrigado ao Governo de Portugal pelo seu apoio a esta solução pacífica para a crise na Venezuela. A nossa luta é pelo resgate da democracia, pela ajuda humanitária imediata e pela reconstrução do país”, escreveu Juan Guaidó, numa mensagem publicada na rede social Twitter.
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O Governo português reconheceu esta segunda-feira Guaidó como Presidente interino venezuelano, apoiando a sua legitimidade para “convocar eleições livres e justas na Venezuela”. “Portugal reconhecerá e apoiará a legitimidade do presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, como Presidente interino, nos termos constitucionais venezuelanos, com o encargo de convocar e organizar eleições livres, justas e de acordo com os padrões internacionais”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, numa conferência de imprensa em Lisboa.
Numa declaração feita durante a tarde desta segunda-feira, em Caracas, num dia em que 17 estados da União Europeia o reconheceram como presidente interino do país, Juan Guiadó lembrou que “o mundo democrático” tem reconhecido o esforço do povo venezuelano para “construir a democracia”.
“4 de fevereiro será recordado como o dia em que o mundo reconheceu o sacrifício e a luta pela liberdade”, disse Juan Guiadó, apelando em seguida à comunidade internacional para que conceda ajuda humanitária ao país, mas não só. Guaidó pediu ainda proteção dos ativos do país na Europa.
Juan Guaidó anunciou ainda, durante a conferência de imprensa, os montantes que o país vai receber de ajuda internacional: a Alemanha enviou seis milhões de dólares e do Canada vão chegar a Caracas 53 milhões. No entanto, o autoproclamado Presidente interino diz temer “a possibilidade de confiscarem e roubarem a ajuda humanitária”, pelo que pede aos venezuelanos “uma grande mobilização para defender” esse apoio.
A partir desta terça-feira, Juan Guaidó vai também nomear novos diplomatas nos países que reconheceram o seu Governo interino.
Guaidó acusa Maduro de tentar transferir milhões para Uruguai
Juan Guaidó acusou o Presidente Nicolás Maduro de ter tentado transferir 1,2 mil milhões de dólares (1,05 mil milhões de euros) para o Uruguai. “Estão (o Governo venezuelano) a tentar transferir o dinheiro de uma das contas do Bandes (Bando de Desenvolvimento Económico e Social da Venezuela) para o Uruguai”, disse aos jornalistas.
Por outro lado, Guaidó fez um “apelo ao Uruguai” para que “não se preste a que roubem parte do dinheiro” da Venezuela. “Podemos estar a falar de entre 1.000 e 1.200 milhões de dólares (entre 877 milhões e 1,05 mil milhões de euros), que estariam tentando enviar para o BANDES Uruguai. Esta informação chega-nos de um círculo de altíssimos funcionários que neste momento estão a passar para o lado certo, o da Constituição”, afirmou.
“Para que não tenham dúvidas da importância que têm os ativos, isto é o que estão a fazer: querem roubar o ouro e roubar os fundos públicos, nada mais e nada menos o que deve ser sagrado para dar apoio à nossa gente“, frisou Juan Guaidó.
(Notícia atualizada às 19h41).
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