Carlos Costa diz que pediu escusa de decisões relativas à CGD em novembro
O pedido de escusa foi aceite logo no dia em que foi apresentado, a 6 de novembro de 2018, esclarece o governador do Banco de Portugal.
O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, veio esclarecer, esta segunda-feira, que pediu escusa de decisões do regulador decorrentes da auditoria feita à gestão Caixa Geral de Depósitos (CGD) a 6 de novembro de 2018. O pedido terá sido aceite nessa mesma data. Esta informação não constava no comunicado enviado pelo regulado no passado dia 8 de fevereiro.
“Em complemento do comunicado publicado em 8 de fevereiro 2019, o Governador esclarece que o pedido de escusa relativamente à participação em deliberações do Banco de Portugal sobre situações abrangidas pela auditoria da EY à CGD foi apresentado na ocasião da primeira deliberação tomada neste âmbito, em 6 de novembro de 2018, e nessa data aceite pelo Conselho de Administração“, pode ler-se num comunicado emitido, esta segunda-feira, pelo regulador.
Este esclarecimento segue-se a um outro que tinha sido prestado por Carlos Costa na semana passada. Na sexta-feira, o governador comunicou que pediu para não participar nas decisões do supervisor bancário relativas à auditoria da EY aos atos de gestão na CGD entre 2000 e 2015, “tendo em conta que o seu mandato na CGD está incluído no período que foi objeto de análise na auditoria da EY à CGD”.
Significa isto que o governador terá apresentado este pedido de escusa cerca de quatro meses e meio depois de o relatório final da auditoria feita pela EY ter sido concluído. Este relatório, entregue à Assembleia da República no início deste mês, data de 26 de junho de 2018.
O Banco de Portugal está, neste momento, a avaliar nove dos 44 gestores que passaram pelo banco público entre 2000 e 2015. Contudo, segundo o Jornal Económico, o próprio Carlos Costa, que foi administrador da CGD entre julho de 2004 e setembro de 2006, vai escapar a esse exame de idoneidade.
Na semana passada, foi ainda noticiado, pela revista Sábado, que o atual governador de Banco de Portugal participou nas decisões de financiamento da CGD aos empresários Joe Berardo e Manuel Fino e, ainda, ao projeto de Vale do Lobo, todos empréstimos que constam da lista dos grandes créditos em situação de incumprimento, que geraram perdas de milhões para a CGD.
(Notícia atualizada pela última vez às 13h44 com mais informação.)
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