Carlos Costa escapa ao exame do BdP a ex-gestores da CGD
O governador do BdP era administrador da CGD quando foram aprovados créditos a Joe Berardo e Manuel Fino, que resultaram em perdas de centenas de milhões. Mas vai escapar ao exame de idoneidade.
O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, também foi gestor da CGD e aprovou créditos que resultaram em perdas de centenas de milhões. Mas não vai ser alvo do exame à idoneidade de ex-gestores do banco público que está a ser promovido pelo próprio supervisor, avança o Jornal Económico (acesso condicionado).
Carlos Costa, líder do banco central português, foi administrador da Caixa Geral de Depósitos (CGD) entre 2004 e 2006, altura em que foram aprovados créditos aos empresários Joe Berardo e Manuel Fino que resultaram em prejuízos de 161 milhões de euros. É o que revela a auditoria pedida pelo Governo à EY, que tem marcado a agenda política e mediática, e que concluiu terem sido acumuladas perdas de 1,6 mil milhões de euros em 186 operações de crédito ruinosas no banco público.
Na sequência do estudo da consultora, o Banco de Portugal (BdP) decidiu fazer um teste à idoneidade dos ex-gestores da CGD, no sentido de apurar eventuais responsabilidades nos atos de gestão que resultaram em perdas avultadas. Mas Carlos Costa não faz parte dos ex-gestores que vão ser alvo deste escrutínio, indica o Jornal Económico, sem revelar como obteve a informação. Ao jornal, fonte oficial do BdP recusou comentar.
Correção: Uma versão anterior referia-se a Carlos Costa como tendo sido “administrador do Banco de Portugal”. O artigo foi corrigido para indicar que o gestor foi administrador da Caixa Geral de Depósitos — e é, atualmente, governador do Banco de Portugal.
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