Crise política trama ações em Espanha. Prémio de risco agrava-se
Após conhecido o chumbo pelo Parlamento do Orçamento do governo de Sánchez, as ações espanholas inverteram para perdas. Já o spread da dívida espanhola face à alemã agravou.
O chumbo do Parlamento espanhol ao Orçamento do governo liderado por Pedro Sánchez, nesta quarta-feira, não está a ser bem recebido pelos investidores que temem a queda do governo. A bolsa espanhola deixou de acompanhar os ganhos das pares europeias, para passar a negociar no vermelho. A perceção do risco no mercado da dívida também agravou-se com o spread das obrigações soberanas espanholas face às alemãs a alargar-se.
O índice bolsista espanhol, Ibex-35, está a desvalorizar 0,21%, para os 8.963,8 pontos, destoando do sentimento positivo das ações europeias. O Stoxx 600, índice que agrega as 600 maiores capitalizações bolsistas europeias, valoriza 0,36%, para os 364,08 pontos.
Entre os títulos mais penalizados da praça madrilena estão os do setor financeiro, tradicionalmente um dos que mais sofre perante crises políticas e económicas. Referência para a desvalorização de 1,46% das ações do BBVA, mas também para o recuo de 0,95% do Caixabank, dono do BPI. Por sua vez, o Bankia e o Santander deslizam em torno de 0,5%.
A maior perceção de risco por parte dos investidores é notória no agravamento do spread da dívida de Espanha face à da Alemanha. A diferença observada entre as yields dos títulos de dívida a dez anos espanhóis e alemães aumentou para cerca de 111 pontos, acima dos 109 que se registavam na terça-feira ao final do dia.
Após mais de oito horas de debate sobre as emendas à especialidade do Orçamento do Estado, desta terça-feira, o Governo espanhol não conseguiu convencer a oposição — nem os independentistas, nem os partidos mais à direita (Ciudadanos e Partido Popular) –, pelo que o chumbo do OE para 2019 já era apontado como certo. Esta poderá ser uma razão para que as perdas nos mercados até sejam relativamente limitadas.
Após o chumbo desta quarta-feira, Pedro Sánchez tem em cima da mesa duas alternativas: convocar eleições antecipadas ou prolongar o Orçamento de Estado do governo anterior — de Mariano Rajoy, do Partido Popular.
Contudo, o cenário da convocação de eleições antecipadas é aquele que ganha, agora, mais força. O ministro do Desenvolvimento, José Luis Ábalos, já fez saber que “em breve” o Governo dará notícias sobre a convocação de eleições gerais.
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