Queda do desemprego em Portugal foi das mais acentuadas da Europa

Foi em Portugal, Espanha e Grécia que se registaram as maiores quedas na taxa de desemprego no ano passado na região europeia, isto excluindo os países do leste.

Portugal destaca-se na Europa como um dos países onde se verificou uma das maiores quedas no desemprego em 2018, em conjunto com a Grécia e a Espanha. Apesar do bom desempenho, a Organização Mundial do Trabalho (OIT) alerta para a “prevalência de contratos temporários de curta duração”.

Por cá, o desemprego desceu dois pontos percentuais, de acordo com o relatório da OIT, uma agência da ONU. Os dados do Instituto Nacional de Estatística também indicam uma queda da taxa desta ordem, de 8,9% em 2017 para 7% em 2018. Na vizinha Espanha a taxa caiu 1,7 pontos percentuais, e na Grécia recuou 2,3, diz a OIT.

As descidas foram generalizadas na Europa, com exceção dos países do leste, onde o número de pessoas empregadas nunca foi tão alto, fixando-se nos 203 milhões em 2018. As previsões da OIT apontam para que o desemprego continue a diminuir até 2020, mas a um ritmo mais lento do que se tem verificado. Por outro lado, a criação de trabalho também deverá abrandar.

Mas mais emprego não quer necessariamente dizer melhores condições, e a qualidade dos postos de trabalho é uma preocupação da organização. Em Portugal, quase metade dos contratos de trabalho temporário tinham a duração de seis meses ou menos, em 2017. Por outro lado, menos de 10% dos vínculos são de pelo menos dois anos. Em Espanha e França também se verifica esta dimensão reduzida dos contratos superiores a 25 meses.

Distribuição dos vínculos de trabalho temporário, por duraçãoOIT

De acordo com os dados do Eurostat, Portugal era o terceiro país da União Europeia com mais trabalho temporário, em 2017. Neste contexto, aliado ao aumento da atividade empresarial e da queda do desemprego, a faturação das empresas de trabalho temporário cresceu em 2018, 6,1% para 1.350 milhões de euros, segundo a Informa D&B.

“A prevalência de contratos temporários de curta duração pode exacerbar o sentimento de insegurança dos trabalhadores, em particular ao aumentar a volatilidade do rendimento e dificultar o desenvolvimento da carreira“, alerta a OIT, no relatório. Mais de 85% dos espanhóis têm um vínculo de trabalho temporário porque não conseguiram encontrar um permanente, exemplifica a organização, para demonstrar que muitas vezes não é uma escolha.

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