Lusíadas junta-se à Luz Saúde e CUF no corte de relações com a ADSE
É o terceiro grupo privado a anunciar que suspende o vínculo com o subsistema de saúde. Depois do José de Mello Saúde e do Luz Saúde, desta vez foi o Lusíadas a anunciar a suspensão do acordo.
Já são três os grupos privados de saúde a cortar relações com a ADSE. O Conselho de Administração do Grupo Lusíadas Saúde decidiu suspender o atual vínculo com o subsistema de saúde e anunciou que está a analisar alternativas. O grupo junta-se ao José de Mello Saúde, que gere os hospitais CUF, e ao Luz Saúde, que também tomaram também esta decisão.
“O Conselho de Administração do Grupo Lusíadas Saúde está a analisar opções para a cessação das atuais convenções existentes com a ADSE, por considerar que o imperativo de garantia de qualidade e segurança clínica dos seus Clientes (beneficiários desse subsistema público) poderá vir a ser sistemicamente afetado com as regras e procedimentos atualmente vigentes”, anunciou, em declarações por escrito.
Justifica a decisão com dois argumentos. Por um lado, critica a regularização dos preços dos atos médicos a posteriori mais de dois anos depois nos casos atuais em discussão. Além dos atrasos considera que esta não tem em conta o tratamento e atos prestados a cada cliente, de acordo com as suas necessidades específicas, e sem que o grupo Lusíadas Saúde possa ter conhecimento dos elementos comparadores que pudessem justificar reduções. Em segundo lugar, critica ainda a definição da tabela de preços, que diz ser “desajustada da realidade atual”.
“Neste contexto de cessação das atuais convenções, e depois de diversas reuniões internas com as suas Unidades operacionais e respetivas Direções Clínicas, o Grupo Lusíadas Saúde assegurará, contudo, o adequado acompanhamento e tratamento aos Clientes da ADSE que se encontrem a ser assistidos nas Unidades do Grupo, assim como criará uma tabela própria para que os mesmos beneficiários possam aceder às nossas Unidades, podendo posteriormente pedir o reembolso à ADSE em regime livre”, refere ainda o comunicado.
A José de Mello Saúde formalizou na segunda-feira a suspensão da convenção com a ADSE para prestação e cuidados de saúde aos seus beneficiários em toda a rede CUF, podendo evoluir para denúncia definitiva da convenção. De acordo com uma nota interna do grupo da CUF, assinada pelo presidente Salvador Mello a que o Expresso teve acesso, a suspensão da convenção com a ADSE tem efeitos a partir do dia 12 de abril. “Esta suspensão poderá evoluir para a denúncia definitiva da convenção”, a 1 de março, caso não sejam encontradas “soluções equilibradas e que defendam os superiores interesses dos beneficiários da ADSE”, é referido.
Já a Luz Saúde disse que tentou “até ao limite” encontrar com a ADSE uma solução que permitisse “um acordo equilibrado” na negociação de uma tabela que “se encontra desatualizada” quer do ponto de vista da prática da Medicina “quer do ponto de vista dos preços”, que não tem alterações “há mais de 20 anos”, de acordo com uma nota a que o ECO teve acesso. Não conseguiu e, por isso, também rompeu com a ADSE, decisão que “afetará a vida de mais de 250 mil clientes, beneficiários da ADSE” a partir de dia 15 de abril.
Em causa está a desatualização dos acordos entre a ADSE e os grupos privados. O Conselho Geral de Supervisão da ADSE reuniu-se esta terça-feira à noite para debater a questão e afirmou querer entrar em “diálogo urgente” com os hospitais privados. Apesar do apelo, a direção do instituto público que gere o subsistema de saúde dos funcionários públicos sublinhou a necessidade de controlar a despesa.
(Notícia atualizada às 19h00 com mais informação)
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