BCE corta estimativas para o crescimento e inflação. Vê economia a crescer 1,1% este ano
O BCE baixou de 1,7%, para 1,1%, a estimativa de crescimento da Zona Euro para este ano. Também reviu em baixa as previsões para a inflação que se distanciam do objetivo dos 2%.
O BCE está preocupado com as tensões geopolíticas e os efeitos do Brexit. Neste sentido, reviu em forte baixa as previsões de crescimento económico, mas também para a inflação na Zona Euro.
A entidade liderada por Mario Draghi baixou de 1,7%, para 1,1%, as estimativas de crescimento da Zona Euro este ano, uma nova estimativa que alinha com as previsões da OCDE que estima um crescimento de 1% para a Zona Euro. Para o próximo ano vê a economia a crescer 1,6%, abaixo dos anteriores 1,7%. Apenas manteve a previsão para 2021 que é de um aumento do PIB da Zona Euro em 1,5%.
Relativamente à inflação, vê-a nos 1,2%, este ano, abaixo dos 1,6% previstos em dezembro. Para 2020 e 2021, as estimativas do BCE colocam a inflação nos 1,5% e 1,6%, respetivamente, aquém dos 1,7% e 1,8% anteriormente previstos. “O momento económico mais fraco está a atrasar o ajustamento da inflação rumo ao nosso objetivo”, afirmou o presidente do BCE.
Mario Draghi atribuiu a principal responsabilidade para o corte das estimativas de crescimento económico deste ano ao abrandamento do comércio mundial, num período marcado pela guerra comercial entre os EUA e a China.
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Mario Draghi diz ainda que todas as decisões que foram tomadas na reunião de política monetária desta quinta-feira foram unânimes por parte dos governadores centrais, naquilo que considera ser um sinal muito positivo.
“Houve unanimidade e atendendo à complexidade do pacote é um sinal muito bom para a coesão do conselho de governadores”, afirmou Draghi.
Relativamente à economia, o presidente do BCE diz que esta enfrenta um período de “fraqueza contínua”, sendo esta provocada por por fatores “na sua maioria externos”.
Mas apesar dessa realidade e da revisão em baixa das estimativas de crescimento para a economia, Mario Draghi diz que o BCE considera a possibilidade de uma recessão económica como sendo “muito baixa”. Da mesma forma antevê como “muito baixa” a expectativa de que possa ocorrer uma “desancoragem” da inflação.
“Mantemos a visão de risco para a economia no sentido ‘descendente’“, diz assim Draghi que se mantém ainda confiante relativamente à convergência da inflação rumo ao objetivo de se situar abaixo, mas próxima dos 2%. Mas refere também que esse objetivo irá demorar mais tempo para ser alcançado.
No que respeita ao conjunto das decisões de política monetária tomada na reunião desta quinta-feira que, para além do estender para pelo menos até ao final de 2019 do atual nível historicamente baixo dos juros de referência, inclui o arranque de uma nova série de operações de TLTRO, a posição do BCE é de que “está muito aberto a agir quando necessário”, com Mario Draghi a especificar que “mudanças no calendário são necessárias quando se quer dar credibilidade”.
No quadro do quantitative easing, Mario Draghi descartou ainda a possibilidade de o BCE reiniciar o programa de compra de ativos.
Conhecido resultado da reunião de governadores centrais, o mercado acionista europeu manteve a tendência de quedas ligeiras que vinha a registar nesta sessão. O índice Stoxx Europe 600 desvaloriza 0,19%. Já o euro, que seguia em alta, mudou de rumo perdendo agora 0,64%, para os 1,1233 dólares.
(Notícia atualizada às 14h45 com mais informação)
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